segunda-feira, 5 de setembro de 2022

 

EGREGORA

                Provavelmente a maioria das pessoas não conhece a palavra egrégora, por outro lado acredito que todo maçom já tenha ouvido ou pronunciado a palavra egrégora, que provem do grego “egrégoroi”, que designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, mentais e emocionais de duas ou mais pessoas reunidas, a egrégora não é apenas trabalhada pela maçonaria mas por outras denominações como o espiritismos, a cabala a ciência holística e outras, cada uma delas tem sua forma de trabalhar e manipular esta energia , é importante lembra que a egrégora positiva não se alimenta sozinha ela precisa ser trabalhada, segundo o irmão Martins Costa da Loja Maçônica de Estudos e pesquisas Renascença Nº 1 do oriente da PB, em seu texto - Egrégora Maçônica : Fenômeno da força espiritual -  “ A egrégora pessoal é formada pelas energias psíquicas de pessoas e principalmente pelos seus pensamentos. Assim, uma pessoa psiquicamente equilibrada e com pensamentos positivos, cria uma egrégora positiva. Do mesmo modo, uma pessoa desequilibrada emocionalmente e negativa, cria uma egrégora negativa. Porque a egrégora é como um filho que se realimenta das mesmas emoções que a criaram”.

            Nós evidenciamos isso em nossa cultura parauara, de certo conhecemos o termo mau olhado, onde se diz que determinada pessoa tem uma energia ruim, já vimos os mais antigos defumando a casa para o ano novo, conhecemos o banho de cheiro tradicional no mês de junho e facilmente encontrado na feiras de Belém, rica tradição caruana de nossa pajelança, conhecimento popular que é repassado de geração em geração, sobre como trabalhar as energias, podemos evidência em templos religiosos quando um padre faz a incensamento do altar, em um culto na concentração psíquica de uma prece e de varias outras formas presentes no nosso dia a dia , quem nunca sentiu uma sessão de bem estar ao sair de um culto, de uma missa, de um passe ou até mesmo de uma benzedeira. A maçonaria especulativa principalmente no REAA e no Adoniramita trabalham a egrégora em sua ritualista e nos recomenda que se estivermos em desiquilíbrio não devemos ir a reunião, na preparação do templo o arquiteto deve queimar incenso , assim como no templo de Salomão onde o sumo sacerdote queimava incenso para afastar os maus espíritos e atrair os bons, nosso ritual de Aprendiz na pagina 28 determina que estejamos de preto na sessão , hora é sabido que a cor preta absorve todas as cores e não reflete nenhuma e absorve grande quantidade de energia , o que facilita na manipulação dessa massa de energia, a circulação no sentido horário faz com que essa energia se movimente sobre nós fazendo com cada um possa senti-la, e lógico tendo como o ápice do trabalho dessa egrégora, a cadeia de união de onde com uma perfeita harmonia da Loja podemos direcionar os bons fluidos dessa egrégora, alias a cadeia de união é um ritual poderosíssimo e muitos não tem consciência do poder oculto que ela contém, mas isso é assunto para uma outro momento.

            Como citamos anteriormente, assim como cita o Irmão Martins Costa em seu artigo, a Maçonaria aceita a presença da Egrégora em suas sessões litúrgicas. A egrégora é uma entidade momentânea que subsiste enquanto o grupo está reunido. Para que ela surja é necessária preparação ambiental, formada pelo som, pelo perfume do incenso e pelas vibrações dos presentes. Cada Loja tem seu corpo místico e faz parte das tradições que recebemos e juramos repassar trabalhá-lo, buscar a harmonia e o equilíbrio entre o esquadro e compasso, transforma a Loja em um ambiente salutar, prazeroso, levando todos a um estado prazeroso, aumentando o interesse de cada um por se alimentar desta egrégora luz.

Eduardo Corrêa

M.’. M.’. Cad.: 9682.

 

Bibliografia :

Martins Costa. Egrégora Maçônica : Fenômeno da força espiritual. Revista o Buscado 2017

https://jornaldosudoeste.com.br/noticia.php?codigo=207065, Cabral, Mirela M. Waldemarin, Especialista em Terapias Alternativas (Holísticas). Doutora em Microbiologia e Ciências, 05/08/2020.



 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

CIRCULAÇÃO EM LOJA DE REAA.

 

Circulação em Loja: REAA

 

Introdução:

A circulação em Loja, para a maioria dos ritos, ocorre no sentido horário, copiando a trajetória aparente do sol, idealizada em um período da história que o conhecimento de astronomia e ciência era limitado para um pequeno grupo de filósofos e estudiosos. Hoje, com a difusão do conhecimento astrofísico, não é possível ignorar tais conhecimentos na pratica ritualística de um Templo que representa o Universo.

No Brasil, há predominância de Lojas Maçônicas que praticam o REAA, fato inusitado brasileiro, na contramão do resto do mundo, o que causa uma influência muito grande deste rito no entendimento em diversos assuntos maçônicos. Estudando os ritos praticados, temos uma variação muito grande de circulação, como em esquadria, destrocêntica, sinistrocêntrica, horário no Ocidente e anti-horário no Oriente, horária somente no Ocidente, horária em determinada circunstância e anti-horária em outra, cada uma com suas justificativas, seja exotérica, tradição, trabalho, Caminho da Luz, etc.

 

 



Teórico:

Em sua página web, Kennyo Ismail cita: “A verdade é que girar em sentido horário em volta de um Altar não é coisa recente. Enquanto os egípcios valorizaram o lado esquerdo como o lado espiritual, os gregos antigos tinham o lado esquerdo como o “desfavorável” e o direito como o “favorável”, visto que, em regra, o braço direito favorece mais o dono do que o esquerdo. Daí surgiu a referência popular de que “fulano é meu braço direito”. Por esse entendimento, a circulação em torno dos altares gregos era sempre realizada de forma que o lado direito ficasse próximo ao altar. 

Já os romanos, adotando o mesmo procedimento, vieram a chamar essa circulação de “dextrovorsum” e relacioná-la ao aparente movimento que o Sol faz diariamente em torno da Terra. Esse aparente movimento do Sol se deve ao fato da Terra girar no sentido anti-horário em torno de seu eixo (Rotação), o que gera a percepção para seus habitantes de que é o Sol que está se movendo no sentido horário.

Vários outros povos em diferentes épocas, tendo sempre o aparente movimento do Sol como referência, também adotavam a circulação em sentido horário, tendo altares, fogueiras, totens ou sacrifícios como eixo. Uma prática de certa forma universal. Interpretando o Templo Maçônico como um microcosmo da Terra, é fácil compreender sua adoção no REAA e em vários outros Ritos.” (KENNYO ISMAIL, 2011)

Já Raimundo Junior afirma que “A palavra Circulação significa Caminhar em Círculos, não devendo se confundir com enquadrar que seria andar reto virando em ângulo de 90°. O fato de andar em círculo em torno de um Objeto, uma Área ou um Altar, se constitui em prática muito antiga, e quando essa prática passou a fazer parte de um Ritual, começou a ser denominado Rito de Perambulação. Assim, esse Ritual passou a fazer parte do Rito de Emulação, especialmente na Cerimônia de Iniciação da Maçonaria. No Templo Maçônico, estando a Loja composta, a Circulação no espaço entre as Colunas do Norte e do Sul, é feita ‘em torno’ do que seria o Painel atualmente denominado Pavimento Mosaico, para o Grau de Aprendiz, ‘sem sentido horário’, isto é, no mesmo sentido dos ponteiros do relógio, para n que o ‘Trabalho do homem deve começar com o nascer do Sol- na aurora terminar ao cair da noite – no ocaso – Representa também a Marcha a caminho da esplendorosa luz do Sol.” (RAIMUNDO D’ELIA JUNIOR, 2008)

Entende-se que a circulação em Loja deve obedecer às forças naturais do cosmo e do planeta, cuja circulação no hemisfério norte deverá ser difere do hemisfério sul. Entende-se ainda que tudo presente na face da Terra está sujeito às leis mecânicas que atuam sobre a mesma, o que é uma verdade inconteste, justificando a reprodução destas leis nas práticas maçônicas durante a ritualística.

Sendo o Templo Maçônico a representação do universo, pois para os maçons o universo é um Templo, as forças que regem o universo e o planeta Terra, deverão também reger a circulação no Templo, ou seja, a circulação em loja deverá ocorrer conforme a circulação das águas e dos ventos, regidos pela força de Coriolis.

Esta força aparece devido rotação da Terra atua em ângulo reto com a direção do vento, forçando-o para a esquerda no hemisfério sul e para a direita no hemisfério norte, qualquer que seja o seu sentido (equador/polo ou polo/equador).

Uma Loja é uma pseudo materialização do universo, é o famoso micro e macrocosmo. Nas paredes dos Templos temos as Colunas Zodiacais e um ano é o tempo que o sol gasta para “circular” por todos os signos zodiacais. O interessante é que todo ano se inicia sob o signo zodiacal de Capricórnio (22/12 - 20/1), mas a nossa primeira Coluna Zodiacal é Áires. Seguindo a mesma sequência da astronomia (Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem) encontraremos estas colunas do extremo Ocidente indo para o Oriente do lado norte. A segunda sequência (Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes) inicia-se junto ao Oriente e segue até o extremo ocidente do lado sul.

Portanto fazer uma volta ou circular no Templo é passar em frente a estas colunas é como aparentemente faz o astro rei, sempre no sentido destrocêntrico. Ao passarmos da Coluna do Norte para a Coluna do Sul e cruzarmos a linha imaginaria que separa estas duas Colunas, devemos parar, olhar para o Delta Luminoso e fazer o sinal que alude o juramento. O cumprimento é feito ao Delta/IOD, nunca ao Venerável Mestre. É importante esclarecer que no Oriente não caminhamos, também circulamos.

Por mais apertado que possa ser, devemos ter a consciência do “circular energias”. No sentido Orador para Secretário, devemos andar o mais próximo possível ao Altar do Venerável, no sentido Secretário para Orador, o mais próximo possível da balaustrada.

 

Sobre a Circulação Angular (esquadria):

Deve-se mudar o sentido da circulação de forma angular? Segundo Sergio Quirino, somente se em seu ritual for explicito é que os Irmãos devem caminhar em esquadria. Dessa forma não estamos traçando círculos ao redor do “ponto que fica entre duas linhas”, estamos traçando retângulos.

A origem desta “paradinha” e mudança de 90 graus na marcha é uma herança dos primórdios da Maçonaria, quando o Painel do Grau era um grande tapete que fica estendido no chão e para evitar que o iniciado (de olhos vendados) pisasse nele, um Irmão mais atento ou experto, virava seu tronco toda vez que ele alcançava a quina do tapete. E assim ele ia fazendo as viagens, sempre em paralelo ao Painel e esquadrejando as pontas.

M.'.M.'.: Joaquim Neto.

 

Fontes:

http://weber-varrasquim.blogspot.com/2011/07/circulacao-em-loja-do-reaa.html

https://blogdojovemaprendiz.wordpress.com/2017/01/03/circulacao-em-loja/

https://cavsaojoaobatista.com.br/circulacao-em-loja/

 

sábado, 13 de fevereiro de 2021

AUG.'. e RESP.'. LOJ.'. MAÇ.'. DE CAMPOS RIBEIRO 51, HA 37 ANOS LEVANTANDO TEMPLOS A VIRTUDE E CAVANDO MASMORRAS AO VICÍO.

     Em 1983 os obreiros da Loja Maçônica Sourense nº 5 decidram levar os seus trabalhos do Oriente de Belém para o Oriente de Soure na Ilha do Marajó, alguns de seus obreiros não tinham como fequentar as sessões fora do continente e decidiram fudar uma nova Oficina no Oriente de Belém, com o apóio da Glepa, que sugeriu que a nova Loja homenagea-se um dos maiores nomes da maçonária paraense e brasileira "José Sampaio De Campos Ribeiro", em 13 de Fevereiro 1984 foi fundada a Aug.'. e Resp.'. Loj.'. Maç.'. de Campos Ribeiro, que recebeu o assento de 51 na constelação da Grande Loja Maçonica do Estado do Pará, tendo como seu primeiro Veneravel Mestre o saudoso Ir..'. Vitor Jamielmiask, a Loja foi fundada em uma quinta feira no templo da có irma Cosmopolita nº 2 e em seguida concentrou suas reuniões no templo a Loja Apolinário Moreira 21, com a aquisição do antigo templo da Grande Loja por um shopinng no centro de Belém a De Campos Ribeiro contribui de forma sihuinificativa para cosntrução do atual Templo da Glepa, por isso tem o titulo de Grande Benemérita da Ordem e desde então se reune neste templo as terças feiras .

    Ao longo desses 37 anos a Loja Maçonica De campos Ribeiro, ou DCR51 como a chamamos , vem cumprindo com seu papel social de aprimoramento e desenvolvimento moral e ético de seus mebros , para que atrvés de seus exemplos possam inspirar uma sociedade mais justa e fraterna, e de certo ainda temos muito com que contribuir para história, hoje tento como Ven.'. Mest.'. o Ir.'. Hrivelton Beltrão, e um quadro de 35 obreiros que se sentem altivos pela data de 37 anos dessa honrrosa Ofina .

     

sábado, 6 de fevereiro de 2021

VAMOS VOLTAR REGAR O CAMPO DO CONHECIMENTO COM ESTUDO E AMOR FRATERNO !

     Á Gl.'. do G.'. A.'. D.'.U.'. , depois de muito tempo mesmo, retornei a visitar este blogger que foi criado pelo querido Ir.', André Gondim há alguns anos atrás , com o intuido de divulgar as peças de arquitetura dos Obreiros de nossa Oficina, a Aug.'. e Resp. Loj. Maç. De Campos Ribeiro 51, e por muito tempo não somente as peças apresentadas em nossa Loja foram inseridas aqui como também outras peças de maravilhoso e rico conteudo por outros IIr.". que visitaram a Oficina e que concordaram na divulgação seus belos trabalho. É incrivel como deixamos o cotidiano tomar conta de nós e sem perceber nos vemos sem lapitar nossas asperesas, sem usar o prumo e sem usar a pracha para traçar o trabalho que nos cabe como construtores sociais.

    Estamos em um momento muito delicado para humanidade, enfrentando uma pandemia que atinge a todos não somente na questão da vida, da saude mas também na econômia nas relações sociais e etc, a maçonária também afetada principalmente em relação a suas reuniões semanais , o que acaba enfraquecendo laço que  nos une , deixando pobre o maior tesouro que nossa Ordem produz, o cohecimento, a troca de experiência , o progresso na ordem e na sua contribuição na construção em uma sociendade melhor pois as intruções no templo estão interrompidas, as sessões virtuais não tem a mesma atração e são facilmente deixadas em segundo plano diante do" novo normal ". Então meus IIr.'. venho aqui sugerir que voltemos a utilizar este canal como meio de divulgação de nossas peças , mesmo as antingas, que possamos voltar a regar o campo do conhecimento e do amor fraterno que nos une como verdadeiros IIr.'.

    

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

SESSÃO MAGNA DE EXALTAÇÃO NA ARLM DE CAMPOS RIBEIRO 51

Convidamos a toda comunidade maçônica para a sessão magna de Exaltação que ocorrerá amanhã dia 29/10/2019 na Aug.'. e Resp.'. Loj.'. Maç.'. De Campos Ribeiro 51, as 19 horas, sessão presidida pelo Ven..'. Mest.'. Claudio Jorge .

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

INICIAÇÃO NA DCR51

>> Bom dia meus IIr.'. convido a todos para se fazerem presentes no dia 05/11/2016 na sessão magna de iniciação de nossa augusta Oficina , na ocasião estaremos recebendo 5 novas colunas, 5 novos IIr.'. para maçonaria universal , a cerimônia esta marcada para as 17:00 no templo da Loja Harmonia e Fraternidade 9, na Padre Eutiquio em frente ao shopping Patio Belém.

Eduardo Corrêa.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Boa noite meus IIr.'. h muito não utilizamos este espaço para publicar ou para aprimorar nossos estudos, vamos retoma-lo, André libere a licença por gentileza.

Eduardo Corrêa.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

AS PSEUDOPRIMAZES DA MAÇONARIA - Kennyo Ismail

Há  uma  célebre  frase,  que  alguns  costumam  creditar  ao  escritor  inglês  George  Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, que diz que “a história é escrita pelos vencedores”. Com algumas raras exceções, os historiadores têm provado que essa máxima é verdadeira. Na sublime ordem maçônica não tem sido diferente, tanto no Brasil como no exterior. Como exemplos, tratarei aqui  dos  primórdios  da Maçonaria Inglesa, berço da Maçonaria anglosaxônica; da Maçonaria Francesa, berço da Maçonaria Latina; e da Maçonaria Brasileira, segunda maior Maçonaria regular no mundo, atrás apenas dos EUA e à frente da Inglaterra (ISMAIL, 2013); revelando as Obediências  Maçônicas  que  existiram  em  cada  um  desses  países  antes  do  surgimento  das  chamadas “primazes”,  que  por  um  motivo  ou  outro  prevaleceram,  condenando,  seja  propositalmente  ou acidentalmente, suas antecessoras ao esquecimento.
 Maçonaria Inglesa
 A Grande Loja Unida da Inglaterra declara em seu website ter sido fundada em 1717 e ser a mais
antiga  Grande  Loja  Maçônica  do  mundo  (UGLE,  2014).  Fruto  da  fusão  da  chamada  Grande  Loja  dos Antigos com a chamada Grande Loja dos Modernos, em 1813, toma para si a data de fundação desta 
última, em 24 de junho de 1717, na cidade de Londres. Essa “primeira” Grande Loja, fundada na Londres de 1717, adotou o  nome de “Grande Loja de Londres e Westminster”. Ela não adotou inicialmente o nome de “Grande Loja da Inglaterra” por um motivo óbvio: já existia na época outra Grande Loja na Inglaterra. Preston (1867) dá notícias da Grande Loja de York, reunida pela primeira vez no ano de 926. Apesar de ter ficado sem um Grão-Mestre por alguns  períodos,  Preston  indica  assembleias  gerais  com  ininterrupção  de  Grão-Mestres  desde aproximadamente 1558, quando Sir  Thomas Sackville  assumiu o posto. Sir  Sackville  ocupou o cargo  até 1567,  quando  o  passou  ao  Conde  Francis  Russel,  seguindo  de  assembleias  gerais  e  sucessores registrados a partir daí. Evidentemente  que  a  Grande  Loja  de  York  não  funcionava  como  as  Obediências  atuais,  com estruturas  permanentes  que  funcionam  diariamente  e  cuja  gestão  impacta  diretamente  no  cotidiano das Lojas jurisdicionadas. Na época, a Grande Loja basicamente realizava assembleias para eleger seus dirigentes, discutir problemas comuns entre as Lojas e aprovar regras a serem observadas pelos maçons. No  início do Século XVIII a Grande Loja de York parece ter vivido uma fase de franca expansão. Em  1705  estava  sob  a  direção  do  então  Grão-Mestre,  Sir  George  Tempest,  o  qual  foi  sucedido  por Robert  Benson,  na  época Prefeito  de York.  Benson  foi  sucedido  por  Sir Walter  Hawkesworth, mas  foi reeleito Grão-Mestre logo em seguida, retornando ao cargo e governando a Grande Loja de York entre 1714  a  1725  (PRESTON,  1867).  Foi  durante  sua  gestão  no  Norte  da  Inglaterra  que  a  Grande  Loja  de Londres e Westminster foi fundada  ao Sul, a qual ele tratou de  fraternalmente  reconhecer. Ambas as Grandes Lojas mantiveram  boas relações e reconhecimento mútuo até 1725, quando, de acordo com Mackey  (1914),  a  Grande  Loja  de  Londres  e  Westminster  realizou  uma  atitude  não  maçônica,  ao reconhecer maçons que haviam sido desligados da Grande Loja de York, o que levou esta a romper as relações.  Já com as relações rompidas, a Grande Loja de Londres mudou seu nome para Grande Loja da Inglaterra, deixando assim de reconhecer a Grande Loja de York.  A resposta da Grande Loja de York para a audácia de sua irmã caçula do sul foi a adoção, a partir daquele  mesmo  ano de 1725, de uma nova denominação,  “Grande Loja de Toda a Inglaterra”, ou, na forma mais completa, “Grande Loja de Toda a Inglaterra Reunindo desde Tempos Imemoriais na Cidade de York”. Nesse momento, seu atual Grão-Mestre era Charles Bathurst. Ainda em 1725 foi formalmente fundada a Grande Loja da Irlanda. Alguns anos depois, em 1735, a Grande Loja de Londres e Westminster, agora autodenominada Grande  Loja  da  Inglaterra,  cometeu  outro  ato  injustificável,  quando  seu  Grão-Mestre,  o  Conde  de Crawford, constituiu duas Lojas na jurisdição da Grande Loja de York (MACKEY, 1914).  Esse último ato manteve as duas Grandes Lojas distantes até o desaparecimento permanente da Grande Loja de Toda a Inglaterra, na década de 1790 (COIL & BROWN, 1961).Em  1751  alguns  maçons  irlandeses  estabelecidos  em  Londres,  revoltados  com  as  inovações realizadas  pela  Grande  Loja  da  Inglaterra,  inovações  essas  ocorridas  após  a  inconfidência  de  Samuel Prichard, em sua obra “Maçonaria Dissecada”  (CARR, 1977), optaram por fundar uma nova Grande Loja conforme os antigos princípios e práticas maçônicas, anteriores às inovações ocorridas a partir  de 1730 (HODAPP,  2005).  Eles  eram  liderados  por  Laurence  Dermott,  o  qual  denominava  os  membros  de  sua Grande Loja como os “Antigos” e se referia aos membros da primeira Grande Loja de Londres como os “Modernos”. Essa rivalidade entre os Antigos e Modernos  durou até 1813, quando da fusão das duas Grandes Lojas inglesas, gerando assim a Grande Loja Unida da Inglaterra. Tomando por base um entendimento de que a Grande Loja Unida da Inglaterra é um novo corpo maçônico, criado formalmente em 1813, a Grande Loja  da Irlanda clama para si o título de Grande Loja mais antiga do mundo “em existência contínua”, tendo sido fundada em 1725.
Maçonaria Francesa
Em  1728,  Lojas  Maçônicas  francesas,  formadas  principalmente  por  jacobitas  ingleses  e escoceses, fundaram a Grande Loja da França, elegendo  Philip Wharton, o primeiro Duque de Wharton, como  seu  Grão-Mestre. O Duque de Wharton havia sido antes Grão-Mestre da Grande Loja de Londres em 1722, mesmo sem ter sido Venerável Mestre de sua Loja, tendo como Adjunto o famoso Desaguliers (VILBERT, 1923). Ao final de seu mandato em Londres, ele apresentou uma proposta de retirar do Grão Mestrado o direito de nomear seu Adjunto, passando o cargo a ser eletivo. Com a reprovação de sua proposta,  ele  se  desligou  da  Grande  Loja  de  Londres.  Sendo  o  Duque  de  Wharton  um  conhecido simpatizante dos jacobitas, sua eleição como Grão-Mestre na França foi compreendida como um recado de  total  independência  dos  maçons  franceses  aos  maçons  ingleses,  os  quais  estavam  intimamente ligados  à  Casa  de  Hanôver.  Obviamente  que  a  Grande  Loja  de  Londres  não  reconheceu  a  “coirmã” francesa recém criada.Nessa primeira Grande Loja da França, o Duque de Wharton foi sucedido pelos jacobitas  James Hector MacLean e  Charles Radcliffe, Conde de Derwentwater. Paralelamente a essa iniciativa, em 1735,outras  Lojas  francesas,  com  predominância  antijacobita,  solicitaram  à  Grande  Loja  de  Londres  o estabelecimento na França de uma Grande Loja Provincial, a qual  somente  foi fundada em 24 de junho de 1738, tendo Louis de Pardaillan de Gondrin, segundo Duque de Antin, como seu primeiro e perpétuo Grão-Mestre  e sob a denominação de  “Grande Loja Inglesa da França”.  O Duque de Antin faleceu  em 1743, quando então uma reunião emergencial de Veneráveis Mestres elegeu Louis de Bourbon, o Conde de Clermont, como o novo Grão-Mestre da Grande Loja da França (CUMMING, 1954).Durante a gestão do Conde de Clermont, a Grande Loja Inglesa da França se rebelou contra a Grande  Loja  de  Londres,  já  autodenominada  Grande  Loja  da  Inglaterra,  desligando-se  da  mesma  em 1755 e mudando seu nome para Grande Loja da França,  mesmo nome de sua antecessora jacobita, já inexistente (MACKEY, 1914). Logo passou a assumir o passado daquela como sua. Dois anos após  a  morte  do Conde de Clermont, em 1773, a Grande Loja da França  sofreu uma grande cisão, surgindo assim o Grande Oriente de França.  Após a cisão, a  Grande Loja da França  passou a  ser  conhecida  como  a  “Grande  Loja  de  Clermont”.  Essa  última  quase  não  resistiu  à  Revolução Francesa, chegando a suspender seus trabalhos. Após o  término da Revolução,  em 21 de maio de 1799, a  Grande  Loja  de  Clermont,  ainda  debilitada,  foi  incorporada  pelo  Grande  Oriente  de  França  (COIL & BROWN, 1961).Voltando ao Grande Oriente de França, que se declara sucessor da Grande Loja de França, seu 
primeiro  Grão-Mestre  foi  Louis  Philippe  d’Orleans,  Duque  de  Orleans.  Ele  permaneceu  como  GrãoMestre  do  Grande  Oriente  de  França  até  1793,  quando  fez  uma  declaração  contra  os  mistérios  e reuniões secretas  da Maçonaria e acabou sendo destituído de seu posto,  ao qual, diga-se de passagem, nunca fez questão nem deu a mínima atenção (Ibidem). Atualmente, o Grande Oriente de França declara em seu website  (GOdF, 2014)  ter sido  fundado em  1728  com  o  nome  de  Grande  Loja  da  França  e  ter  adotado  o  nome  atual  em  1773,  quando,  na realidade, foi fundado em 1773. 
Maçonaria Brasileira
A história que quase todos os historiadores maçons  brasileiros  descreveram  pode ser resumida da seguinte forma: Em 1815, nove maçons fundaram Rio de Janeiro a Loja “Comércio e Artes”, a Loja Primaz do Brasil. Após um breve período de interrupção, em 1822, a Loja contava com noventa e quatro membros, os quais  dividiram  a Loja em três e fundaram  o Grande Oriente  do Brasil, Obediência  Primaz
do Brasil. Apesar  dos  esforços  de  muitos  autores  maçons  em  negar  tal  fato,  o  pioneirismo  maçônico brasileiro  ocorreu  no  Nordeste,  mais  precisamente  na  Bahia.  A  primeira  capital  do  Brasil  também  foi berço da primeira Loja Maçônica: “Cavaleiros da Luz”, fundada em 1797. Nada mais justo. Se quase tudo no Brasil começou  na Bahia, por que na Maçonaria seria diferente? O historiador e maçom  Francisco Borges  de  Barros  (1928),  que  foi  diretor  do  Arquivo  Público  da  Bahia  e  relatou  pela  prim eira  vez  a existência  dessa  Loja,  ainda  deu  conta  de  que  a  Loja  “Cavaleiros  da  Luz”  foi  a  chama  principal  da Conjuração Baiana. Nada mal para os nossos pioneiros.Mesmo  com  a  dissolução  dessa  primeira  Loja,  com  o  passar  dos  anos  a  Maçonaria  foi  se desenvolvendo no fértil solo baiano: em 1802 surgiu a Loja “Virtude e Razão” que, depois de  um  breve tempo  de adormecimento, foi reerguida com o nome “Virtude e Razão Restaurada”, na mesma época em que, também de seu espólio, surgiu a Loja “Humanidade”. Ainda no Nordeste, não demorou para que a luz maçônica iluminasse, por influência da Bahia, o Estado de Pernambuco. Sobre  Pernambuco,  é  necessário  aqui  um  comentário  à  parte.  Apesar  de  muitos  escritores maçons assim desejarem, a “Areópago de Itambé” não era uma Loja  Maçônica. No século XVIII existiam centenas de instituições criadas aos moldes da Maçonaria,  utilizando  símbolos iguais ou  similares, e até dividindo os graus em Aprendiz, Companheiro e Mestre  aos moldes da  Maçonaria. Era uma verdadeira “coqueluche” de Ordens, Clubes e Associações, e era muito comum os homens livres serem membros de  duas  ou  mais  dessas  diferentes  instituições,  até  mesmo  no  Brasil.  Um  exemplo  disso  é  o “Apostolado”, da qual José Bonifácio, Gonçalves Ledo e D. Pedro I também faziam parte  (COSTA, 1956).Ser inspirada na Maçonaria não é o mesmo do que ser Loja Maçônica. 
Voltando  a  “real”  Maçonaria,  em  1809,  atendendo  às  inúmeras  Lojas  que  já  existiam,  foi 
fundado  em  Salvador  o  “Governo  Supremo”  ou  “Grande  Oriente  Brasileiro”,  a  primeira  Obediência 
Maçônica brasileira  (MOREL & SOUZA, 2008). Não era um “Grande Oriente da Bahia”, como os poucos historiadores maçons que o citam costumam se referir, pois era composto de, pelo menos, 09 Lojas: 03 na Bahia, 04 em Pernambuco e 02 no Rio de Janeiro. Maçons portugueses e brasileiros, muitos deles 
iniciados na França e Portugal, eram membros dessas Lojas. Tudo isso  seis  anos antes da fundação da 
“Comércio e Artes” e 13 anos antes  da fundação  do Grande Oriente do Brasil. Pernambuco, por contar 
com  maior  número  de  Lojas,  ganhou  em  1816  uma  Grande  Loja  Provincial  filiada  ao  “Governo 
Supremo”. Interessante  observar  que  mais  uma  vez  a  Maçonaria  se  fez  presente  na  história:  um  dos responsáveis pela formação do  Grande Oriente Brasileiro  e tido como primeiro  Grão-Mestre da Grande 
Loja Provincial de Pernambuco, Antônio Carlos de Andrada, foi o líder da Revolução Pernambucana, em 
1817.  Prova  maior  do  papel  decisório  da  Maçonaria  no  movimento  é  a  lei  régia  de  1818  proibindo sociedades secretas no Brasil (BARATA, 2011). Destaco aqui o fato de que Antônio Carlos de Andrada foi posteriormente um dos fundadores do Grande Oriente do Brasil, em 1822. Antes  que  alguém  tente  justificar  a  constante  omissão  de  tais  fatos  nas  “versões  oficiais”  da Maçonaria  brasileira  por  conta  dessas  Lojas  e  Obediência  não  terem  sido  regulares,  é  importante observar  que  até  mesmo  a  histórica  Loja  “Comércio  e  Artes”  foi  fundada  sem  Carta  Constitutiva  em 1815 e trabalhou de forma irregular até 1818, quando foi fechada  (CARVALHO, 2010). Somente quando de seu reerguimento, em 1821, a “Comércio e Artes” se filiou ao Grande Oriente Lusitano. O importante é  esclarecer  que, antes de fundada uma Loja situacionista, a qual  deu origem  à Obediência que promoveu a independência sob a manutenção do imperialismo no Brasil,  houve  várias outras Lojas e até Obediências oposicionistas, e muitos de seus membros morreram ou sofreram duras penas defendendo os princípios maçônicos de liberdade e democracia. E a Maçonaria brasileira de hoje tem o dever moral de honrar essa história.
Ainda  sobre  o  Grande  Oriente  do  Brasil,  fundado  em  1822,  seu  novo  Grão-Mestre,  o  então 
Imperador D. Pedro I, optou por fechar a Obediência em 25 de outubro do mesmo ano, apenas quatro 
meses após sua fundação. Depois de quase dez anos sem uma Obediência maçônica em funcionamento 
no  Brasil,  maçons  do  Rio  de  Janeiro  optaram  por  fundar  uma  nova  Obediência,  o  Grande  Oriente 
Brasileiro, fundado em 24 de Junho de 1831 e tendo como Grão-Mestre o Senador Vergueiro. Alguns 
maçons oriundos do extinto Grande Oriente do Brasil, revoltados por terem ficado de fora da fundação 
dessa nova Obediência, promoveram o reerguimento do  Grande Oriente do Brasil, em 23 de Novembro 
do mesmo ano, ou seja, cinco meses depois. O  Grande  Oriente  Brasileiro  então  publicou  uma  carta-denúncia  contra  o  Grande  Oriente  do Brasil. Entre as acusações, o Grande Oriente Brasileiro apontava como irregularidade no reerguimento do Grande Oriente  do Brasil  o fato ter sido reerguido com José Bonifácio como Grão-Mestre,  tido na época  como  inimigo  da  Maçonaria  por  conta  de,  entre  outras  coisas,  a  criação  do  Apostolado,  e  não Dom  Pedro  I,  o  último  Grão-Mestre,  ou  seu  sucessor  legal.  Entre  as  Lojas  que  apoiavam  a  denúncia, estava  a  “Comércio  e  Artes”,  embrião  do  primeiro  Grande  Oriente  do  Brasil,  e  a  Loja  “Educação  e Moral”, de Gonçalves Ledo  (SUPREMO, 1928).  A rivalidade entre os dois Grandes Orientes durou até 18 de  Janeiro  de  1883,  quando  da  fusão  dos  mesmos,  sob  forte  pressão  da  Maçonaria  de  Portugal (CARVALHO, 2010).
Considerações Finais
Há  um  adágio  português  que  resume  muito  bem  o  breve  histórico  maçônico  exposto  neste estudo:  “antiguidade  é  posto,  e  posto  é  galão”.  Peter  Drucker,  o  pai  da  administração  moderna, confirmou a veracidade desse ditado ao verificar que o pioneirismo é uma vantagem competitiva entre as organizações. Na Inglaterra, enquanto York e Londres brigavam pela antiguidade de fundação, uma terceira Grande Loja, também em Londres, utilizou a antiguidade de costumes como estratégia para se tornar uma ameaça real à supremacia de sua conterrânea. Na França, uma segunda Grande Loja pegou  emprestado o passado da  primeira e sofreu  uma cisão.  E  a  Obediência  formada  pelos  dissidentes,  quando  da  ausência  das  duas  anteriores,  pegouemprestado o passado de ambas. No  Brasil,  a  mais  antiga  Obediência  ainda  em  funcionamento  desconsidera  que  houve  uma Obediência  mais antiga, com sede na Bahia  e com um braço em Pernambuco, mesmo tendo Antônio Carlos de Andrada, Ex-Grão-Mestre da Grande Loja Provincial de Pernambuco, sido posteriormente  um de  seus  fundadores.  Além  disso,  depois  de  dez  anos  sem  uma  Obediência,  a  Maçonaria  brasileira  se deparou com o surgimento quase que simultâneo de duas rivais, que demoraram mais de meio século para se unirem e apenas sob pressão externa. Os  fatos  resumidamente  aqui  expostos  sugerem  que  os  primeiros  líderes  das  duas  vertentes maçônicas originais, a anglo-saxônica e a latina, trataram inicialmente de levantar templos à política e cavar masmorras à fraternidade. Apesar de sucessores desses pioneiros em ambas as vertentes terem inicialmente  remediado tais atos que distanciavam irmãos, primeiramente na França, em 1799  (em 26 anos),  e  posteriormente  na  Inglaterra,  em  1813  (em  62  anos),  a  Maçonaria  em  alguns  países  acabou cometendo  erros  similares  nas  décadas  seguintes.  No  caso  brasileiro  os  sucessores  também conseguiram remediar  os erros dos antecessores, em 1883 (em 52 anos).  No entanto, mesmo nos três exemplos  selecionados  essa  união  não  foi  permanente  e,  enquanto  alguns  líderes  da  sublime  ordem maçônica obtiveram êxito na união da fraternidade durante os séculos XVIII e XIX, raros são os casos de sucesso no século XX e durante o corrente. Nesse cenário maçônico conturbado, a história acaba ganhando diferentes versões conforme as diferentes organizações maçônicas contemporâneas e, nesse processo, as organizações precursoras, não mais existentes, parecem ser simplesmente apagadas da memória.

Referências Bibliográficas
BARATA, Alexandre Mansur. E é certo que os homens se convencem mais pela experiência do que pela 
teoria: cultura política e sociabilidade maçônica no mundo luso-brasileiro (1790-1822). REHMLAC, Vol. 3, No 1, 2011.
BARROS, Francisco Borges. Primórdios das Sociedades Secretas na Bahia, in Anais do Arquivo Público da Bahía, Salvador: Imprensa Oficial do Estado da Bahia, 1928.
CARRY,  Harry.  Samuel  Prichard’s  Masonry  Dissected.  1730.  Reedição.  Bloomington,  Ill.:  Masonic  Book Clube, 1977. 
CARVALHO, W. A. Pequena História da Maçonaria no Brasil. REHMLAC, Vol. 2, No.1, 2010, p. 31-58.
COIL, Henry Wilson; BROWN, William M. Coil’s Masonic Encyclopedia. New York: Ed. Macoy,1961.
COSTA, Cruz. O Positivismo na República. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1956.
CUMMING,  I.  Freemasonry  and  Education  in Eighteenth  Century  France.  History  of  Education  Journal,Vol. 5, N. 4, 1954, pp. 118-123.
GOdF  –  Grande  Oriente  de  França.  Présentation  –  Le  Grand  Orient  de  France.  Disponível  em: 
http://www.godf.org/index.php/pages/details/slug/le-grand-orient-de-france.  Acesso  em:  18  de  Maio 
de 2014. 
HODAPP, Christopher. Freemasons for Dummies. Hoboken, NJ: Wiley Publishing Inc., 2005.
ISMAIL, Kennyo. Porque a  Maçonaria Brasileira está perdida: uma análise comparativa da influência dos 
diferentes lemas sobre as atividades maçônicas. Ciência & Maçonaria, Vol. 1, No. 1, 2013, p. 29-50.
MACKEY,  A.  G.  An  Encyclopedia  of  Freemasonry  and  tis  Kindred  Sciences.  New  York  e  Londres:  The Masonic History Company, 1914. 
MOREL, Marco; SOUZA, Françoise Jean de Oliveira. O poder da maçonaria: a história de uma sociedade secreta no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. 
PRESTON, William. Illustrations of Masonry. New York: Masonic Publishing and Manufacturing Co., 1867.
SUPREMO Conselho do Brasil. Revista Astréa de Estudos Maçônicos. Rio de Janeiro: Editora Astréa, Ano:II, Nº 04, 1928.
UGLE  –  United  Grand  Lodge  of  England.  Freemasons  Hall  –  Tours.  Disponível  em: 
http://www.ugle.org.uk/freemasons-hall/tours. Acesso em: 18 de Maio de 2014. 
VILBERT, Lionel. Anderson’s Constitutions of 1723. The Builder Magazine, Vol. 9, No. 8, 1923. 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

20 DE AGOSTO, A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL - Por Kennyo Ismail

Muito se tem escrito no meio maçônico sobre o papel protagonista da Maçonaria na Independência do Brasil. Desde o manifesto que resultou no Dia do Fico, a iniciação de D. Pedro I, ou mesmo sua proclamação como defensor perpétuo e imperador do Brasil.Um dos pontos mais questionados na literatura maçônica brasileira sobre o tema está relacionado ao Dia do Maçom, 20 de agosto, o qual será objeto deste estudo. Essa data entrou para o calendário oficial brasileiro como o Dia do Maçom por conta de proposta apresentada em 1957 na CMSB - Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, que congrega as 27 Grandes Lojas Estaduais brasileiras, proposta que foi posteriormente apresentada e aprovada no Congresso Nacional e promulgada pelo Presidente da República. Na época, vários municípios e estados já possuíam lei similar, e a Maçonaria brasileira em geral já comemorava seu dia em tal data.
A razão de a Maçonaria ter escolhido o dia 20 de agosto é por conta de Ata de reunião do então Grande Oriente Brazílico, datada do 20º dia do 6º Mês da Verdadeira Luz. Nessa reunião, presidida por Gonçalves Ledo, os maçons presentes teriam aprovado a Independência do Brasil, sobre a qual Dom Pedro seria informado e deveria aderir, tornando-se Imperador, ou voltar para Portugal.
Porém, José Castellani defendeu em suas obras “Os Maçons e a Independência do Brasil” e “Do Pó dos Arquivos” que o 20º dia do 6o mês da Verdadeira Luz não foi dia 20 de agosto de 1822, erro histórico esse atribuído ao Barão do Rio Branco. Castellani indica como data correta o dia 9 de setembro, ou seja, posterior ao Grito de Independência.
Fato é que em 1822 houve uma reunião maçônica, presidida por Gonçalves Ledo, na qual a Maçonaria posicionou-se a favor da Independência do Brasil. Qual foi o dia dessa reunião? Teria sido antes de 7 de setembro, e esse ato teria influenciado direta ou indiretamente a ação de D. Pedro, às margens do Rio Ipiranga? Ou teria sido depois de 7 de setembro, em nada influenciando o ato do Grito de Independência, em particular? A ata dessa histórica reunião apenas informa que foi no 20º dia do 6º mês do ano de 5.822.
Para desvendar esse mistério, faz-se necessário compreender os calendários maçônicos adotados na época:
Um arcebispo anglicano irlandês, James Ussher, realizou uma série de cálculos no século XVII e determinou que, conforme a Bíblia, o mundo teve origem no ano de 4.004 a.C. Seu cálculo dava até hora e data. Quase cem anos depois, James Anderson, acreditando que a Maçonaria deveria marcar os dias de forma própria, diferente dos calendários adotados e ligados a religiões, criou o primeiro Calendário Maçônico. O
Calendário de Anderson arredondava a criação do mundo para 4.000 a.C., então o ano maçônico passava a ser a soma do ano comum e 4.000 e era chamado de Anno Lucis.
No caso da França, pioneira da Maçonaria latina, adotou-se o sistema de anos de Anderson, com certo “plus”. No Rito Francês ou Moderno, o primeiro dia do ano foi tido como 1º de março e os meses passaram a ser contados pelo número ordinal. Assim, o dia 24 de junho de 1717 na Maçonaria passava a ser 24º dia do 4º mês de 5.717 da Verdadeira Luz. A Maçonaria francesa serviu de modelo quando do surgimento da Maçonaria em Portugal e no Brasil, as quais herdaram dela o nome Grande Oriente, além dos ritos, modelo de constituição e outras características. Considerando o calendário maçônico francês, o 20º dia do 6º mês de 5.822 é exatamente o dia 20 de agosto de 1822. Nesse caso, a CMSB estaria certa.
Mas na França também houve um costume de muitos Altos Corpos e até Lojas Simbólicas manterem o acréscimo de 4.000 no ano, sugerido por Anderson, mas usarem os dias e meses conforme o calendário judaico. Isso se deveu à influência da cultura judaica nos rituais e ritos maçônicos, além da relevante presença de judeus na Maçonaria. Tal costume pode ser visto até hoje em muitas Obediências, em que o calendário judaico, inclusive com o uso dos nomes dos meses em hebraico (Nissan, Elul etc), é usado em certificados. Considerando esse calendário judaico-maçônico, o 20º dia do 6º mês de 5822 (ano maçônico) seria o dia 6 de setembro de 1822.
E há também o chamado no Brasil de Calendário Maçônico Gregoriano, defendido por Castellani como o sistema utilizado nas primeiras atas maçônicas brasileiras, que fixa o Equinócio Vernal no dia 21 de março, o qual passa a ser o 1º dia do ano. Considerando esse calendário, o 20º dia do 6º mês de 5822 seria o dia 9 de setembro de 1822.
A teoria de 9 de setembro, defendida por Castellani, em minha opinião esbarrava em algumas questões. O calendário com início em 21 de março é tido como um calendário historicamente adotado pelo Rito Adonhiramita, rito esse no qual a Loja “Comércio e Artes” teria trabalhado inicialmente e, por isso, defendido por Castellani. Porém, os registros indicam que em 1822 as três Lojas fundadoras do Grande Oriente do Brasil já trabalhavam no Rito Moderno, oficial no Grande Oriente da França e no Grande Oriente Lusitano, como o próprio Castellani também evidenciou em sua obra “Fragmentos da Pedra Bruta”8. Havia então certa contradição. Outro ponto interessante é que o Calendário com início em 21 de março foi abolido pelo Grande Oriente da França ainda em 12/10/1774, o que levava à conclusão de que o Grande Oriente Lusitano nunca chegou a adotá-lo. Se, em 1822, a França e Portugal não mais o utilizavam, o qual estava em desuso desde 1774, por que o Brasil o teria usado?
Considerando o formato utilizado ao datar a ata da referida reunião, minha conclusão inicial era de que se tratava do calendário maçônico usual da época nos países latinos, ou seja, a reunião teria mesmo ocorrido no dia 20 de agosto de 1822, com tempo de sobra para que a notícia tenha corrido entre os líderes populares e intelectuais da época, a ponto de provavelmente influenciar José Bonifácio e Dona Leopoldina no teor de suas cartas, que alcançaram D. Pedro no dia 7 de setembro de 1822, motivando-o a bradar o histórico Grito de Independência.
Até aí, cabia o justo questionamento sobre o tema. Porém, ao ter a oportunidade de realizar um estudo sobre a ata de fundação do Grande Oriente Brasílico, transcrita na revista “Astréa”9, na edição de Abril de 1928, verifiquei que a teoria de Castellani está correta. A ata registra a fundação do Grande Oriente Brasílico “aos 28 dias do 3º mez do anno da Verdadeira Luz de 5.822”. Sabe-se que o Grande Oriente Brasílico foi fundado no dia 17 de Junho de 1822, próximo ao dia de São João Batista, como de costume. Um cálculo simples comprova o uso do Calendário Maçônico Gregoriano, conforme Castellani defendia.
Por sinal, o mesmo número da “Astréa”10 traz outro documento maçônico curioso para a história da Maçonaria no Brasil, que é a carta-denúncia do Grande Oriente Brasileiro, fundado em 24 de Junho de 1831 e tendo como Grão-Mestre o Senador Vergueiro, contra o Grande Oriente Brasílico, reerguido em 23 de Novembro do mesmo ano. Entre as acusações, o Grande Oriente Brasileiro apontava como irregularidade no reerguimento do Grande Oriente Brasílico o fato ter sido reerguido com José Bonifácio como Grão-Mestre, tido na época como inimigo da Maçonaria por conta de, entre outras coisas, a criação do Apostolado, e não Dom Pedro I, o último Grão-Mestre, ou seu sucessor legal. Entre as Lojas que apoiavam a denúncia, estava a “Comércio e Artes”, embrião do primeiro Grande Oriente Brasílico, e a Loja “Educação e Moral”, de Gonçalves Ledo. Mas isso é história para outra ocasião.
Enfim, voltando à participação maçônica na Independência do Brasil, fato é que, por conta da precariedade da comunicação na época, que seguia literamente “a cavalo”, enquanto os maçons cariocas defendiam a independência entre colunas, já havia passado dois dias do grito de independência de D. Pedro I. Porém, deve-se levar em consideração que, apesar da referida reunião não ter tido participação direta no ato de independência em si, ela teve sua importância nos momentos seguintes, decisivos para o sucesso do Brasil como país independente. Quando da chegada ao Rio, D. Pedro sabia que estava assumindo um Brasil em que 90% da população era analfabeta, parte da elite intelectual era republicana, com rivalidade entre províncias, à beira da falência, sem exército, marinha, armas e munições. O apoio dos irmãos maçons, muitos com certa influência nas principais províncias, e num momento de tanta fragilidade política e de perigo iminente, foi, sem dúvida alguma, de suma importância para o novo Imperador.
Todavia, a participação maçônica nesse processo de independência não ficou restrita ao Rio de Janeiro. Deve-se registrar também que os maçons paulistanos foram os primeiros a aclamar publicamente o novo Imperador, ainda naquela noite de 7 de Setembro de 1822 11, fato esse muitas vezes esquecido ou ignorado pela literatura maçônica.
De qualquer forma, é importante ressaltar que a análise dos registros acerca da participação maçônica na Independência do Brasil evidencia que tal participação “não foi apenas gloriosa, mas visceralmente humanizada, com suas grandezas, ousadias, fraquezas, contradições, traições e violências”.12 Enfim, que bom que funcionou.

NOTAS
1 GOMES, L. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
2 CMSB. Súmulas das Mesas Redondas, Assembleias e Conferências. Brasília: CMSB, 1997.
3 CASTELLANI, J. Os Maçons e a Independência do Brasil. Londrina: Editora A Trolha, 1993.
4 CASTELLANI, J. Do Pó dos Arquivos. Londrina: Editora A Trolha, 1996.
5 BARR, J. Why the World Was Created in 4004 BC: Archbishop Ussher and Biblical Chronology. Bulletin of the John Rylands University. 1985, vol. 67, no2, pp. 575-608.
6 MENDOZA, H. Anno Lucis et al. Ars Quatuor Coronatorum. London: Quatuor Coronati Lodge, Vol. 95, 1980.
7 DAZA, J. C. Diccionario Akal de Francmasonería. Madri: Editora Akal, 1997.
8 CASTELLANI, j. Fragmentos da Pedra Bruta. Londrina: Editora A Trolha, 2003.
9 SUPREMO Conselho do Brasil. Revista Astréa de Estudos Maçônicos. Rio de Janeiro: Editora Astréa, Ano: II, Nº 04, 1928.
10 Ibidem.
11 GOMES, L. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
12 MOREL, M. & SOUZA, F. J. O. O Poder da Maçonaria – A História de uma Sociedade Secreta no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Quem precisa de um livre pensador?

"Quem precisa de um livre pensador?"
                                                                                        José Maurício Guimarães 
 
Eis a questão, meus amigos: "Quem precisa de um livre pensador?" A resposta é simples:
Ninguém precisa de um livre pensador.
Vou demonstrar a inutilidade dos livres pensadores e os males em tê-los por perto.
Começo pelo faraó Akhenaton, jovem príncipe do Egito que, no diálogo místico com o Sol (Atom), descobriu lhe a natureza de deus único. Pôs-se a livrepensar, demonstrou que os deuses com cabeça de crocodilo eram uma tremenda asneira; criou um culto novo, fundou uma cidade (Akhetaton) e deu aviso prévio para os sacerdotes puxa-sacos (os Kheri-Hebs). Resultado: da noite para o dia Akhetaton desapareceu como que por encanto. O culto a Aton foi proibido e o nome do príncipe livrepensante foi lixado das paredes, da cidade. De Amarna não restou pedra sobre pedra e tudo voltou ao normal no bom e velho Egito - o melhor dos antigos reinos deste que é o melhor dos mundos possíveis.
Se vocês querem um mundo tranquilo, livrem-se dos livres pensadores pois, na melhor das hipóteses, esses incômodos livrepensantes vão colocar em risco a teta onde vocês estão mamando. 
- Zoroastro, profeta persa do século VII a.C., também livrepensou: propôs que o homem encontrasse o seu lugar no planeta de forma harmoniosa, praticando a justiça, a retidão, a cooperação, a verdade e a bondade, além de falar a verdade e cumprir com o prometido. Condenava a gula, o orgulho, a indolência, a cobiça, a ira, a luxúria, o adultério, o aborto, a calúnia e a dissipação. Foi assassinado, aos 77 anos de idade, por um de seus discípulos, enquanto meditava no templo.
- Sócrates livrepensou e foi condenado a beber cicuta (Conium maculatum), acusado de ateísmo e de corromper os jovens gregos.
 
- Como só os urubus e os abutres têm juízo, voam em bando. As águias voam solitárias e acabam batendo de frente com alguém. Os quatro Santos Coroados (Quatuor Coronati) Carpófaro, Severiano, Severo e Vitorino, recusaram-se a esculpir uma estátua ao deus Esculápio, por ordem de Diocleciano I (284 a 305 d.C.), e foram condenados e açoitados com cordas providas de pontas de chumbo. Desfalecidos, e foram encerrados em barris com ferros pontiagudos e lançados num rio. Quando foram descobertos os corpos, eles traziam coroas nas cabeças cravadas a marteladas através de um longo punhal que lhes perfurava o crânio numa extensão vertical de 15 centímetros.

- Os sábios de Alexandria livrepensaram, criaram a maior biblioteca do mundo e foram massacrados pelos devotos de São Cirilo, Patriarca de Alexandria, que mandou prender alivrepensante Hipatia, mestra da escola platônica e professora de filosofia e astronomia na biblioteca. Hipatia foi capturada por bons e santos cidadãos que a arrastaram pelas ruas da cidade até uma igreja onde foi cruelmente torturada até a morte. Depois de morta, o corpo foi cuidadosa e piedosamente descarnado com cacos de telha; os restos foram lançados aos cães e os ossos queimados numa fogueira ao som de cânticos e incenso.
 
- Jan Huss (1369-1415) livrepensou uma reforma religiosa. Foi excomungado em 1410, condenado pelo Concílio de Constança e queimado vivo.
- Giordano Bruno (1548-1600) era frade dominicano, filósofo, teólogo professor e escritor. Resolveu livrepensar e foi condenado à fogueira. Mas antes disso, arrancaram-lhe a língua com uma tenaz, pois mesmo na prisão das masmorras, ele continuava tenazmente falando sobre suas ideias malignas: a tese de que o universo é infinito e povoado por uma infinidade de estrelas e por outros planetas.
 
- Mas Galileu Galilei, que também livrepensava o modelo heliocêntrico (o Sol como centro do sistema), no momento extremo, quando condenado pelo Santo Ofício, conseguiu ter comutada a pena abjurando suas ideias. Preferiu um bom prato de macarronada com queixo de Parma e o bom vinho da Toscana a passar o resto da vida na prisão ou morrendo como churrasco nas brasas da Inquisição. Galileu Galilei deslivrepensou, isto é: teve juízo e deixou tudo como estava: o Sol girando em torno da Terra e os puxa-sacos girando em torno dos poderosos.
 
- Thomas Morus (que se tornou santo católico) era um louco da natureza livrepensante. Quando Henrique VIII decidiu separar-se da esposa, seu pedido de divórcio  não foi atendido pela Igreja. Henrique procurou uma saída: sabendo que Thomas Morus era profundo conhecedor de Teologia e Direito Canônico, nomeou-o chanceler do reino, na expectativa de que ele advogasse junto ao Papa a pretendida separação e um novo casamento. (Diga-se de passagem, e que sirva de instrução para os donos do poder: uma das formas de silenciar uma pessoa que pensa, é dar-lhe um emprego ou cargo.) Morus continuo livrepensando e bateu o pé. Renunciou ao cargo de Lord Chanceler e caiu em desgraça. Foi preso e condenado à morte por decapitação em Tower Hill. Sua cabeça ficou exposta na ponte de Londres durante um mês. 

- Aprendam com Galileu, fiquem famosos mediante a subserviência e não pelo livre pensar.
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