segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Sessão Magna presidida pelo G.'.A.'.D.'.U.'.

Sessão Magna Balaústre Especial de Dezembro.

Será realizada na última semana do mês de dezembro do ano 2011 da E.'.V.'. com homens Livres e de Bons Costumes, no Templo chamado Terra, cujas assinaturas estarão presentes no coração e consciência de cada um.

A entrada será em família, sendo que os trabalhos serão abertos e dirigidos pelo Grande Arquiteto do Universo, que deixará a critério de cada um ocupar o cargo que sua consciência designe e, por unanimidade, todos abrirão mão de cargos.

Não será feita a leitura de Bal.'., nem leitura de correspondência Exped.'. ou Dec.'., haja vista a magnitude da Sessão.

O Saco de PProp.'. e IInf.'.fará seu giro e não produzirá nenhuma Col.'. Grav.'., recolhendo apenas votos de Paz, Saúde, Gratidão e Felicidade.

A Ord.'. do Dia versará sobre Paz, Amor, Harmonia e Tolerância entre os povos deste planeta.

E durante as IInstr.'. o G.'.A.'.D.'.U.'. falará sobre o L.'. da L.'., independente do título que cada Nação adota, fazendo um apelo especial para praticássemos os princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

A Bol.'. de Benef.'. p/ o Tronco de Solid.'. recolherá o Desprendimento, Força e Vontade dos IIr.'. em socorrer enfermos e necessitados.

Usarão da Pal.'. todos os IIr.'.presentes que, em uníssono pensamento, solicitarão ao G.'.A.'.D.'.U.'. que incuta no coração de cada homem a prática da famosa frase "Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade".

Ato contínuo, solicitarão que continue derramando suas bençãos sobre nós, proporcionando-nos um Ano Novo cheio de realizações.

Com um Golpe de Malhete, os trabalhos serão encerrados, retirando-se cada um dos IIr.'. com as energias renovadas e conscientes de seu papel como Construtor Social.

Veneravel Mestre

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Maçom assassina!!


Fonte: Sérgio Quirino Guimarães da ARLS Presidente Roosevelt 025.

Saudações estimado Irmão, realmente o MAÇOM MATA!

Esta semana fui procurado por um funcionário (não posso dizer repórter, pois o mesmo não era imparcial) de uma entidade religiosa que gostaria de me fazer algumas perguntas para o jornal institucional. Sabendo que não somos bem vistos pelos membros desse segmento cristão, aceitei de pronto o encontro, afinal era uma oportunidade de desmistificar. Clima amistoso, perguntas básicas, até que começou o jogo de palavras visando descobrir “os segredos” e se realmente o demônio faz parte da Maçonaria. Tudo simples de responder, até que influenciados pela noticia do assassino norueguês, veio a pergunta final: - É verdade que o Maçom mata?

Na hora o sangue subiu, pois estou incomodado pelas manifestações e difusão da notícia por verdadeiros Irmãos Maçons. Respirei fundo e respondi: - SIM, É VERDADE, O LEGÍTIMO MAÇOM MATA! Vocês precisavam ver o brilho nos olhos e o movimento de acomodação nas cadeiras dos interlocutores. Continuei: - O Maçom Alexander Fleming ao descobrir a penicilina matou e ainda mata milhões de bactérias, mas permite que a vida continue para muitos seres humanos.

O Maçom Charles Chaplin com a poderosa arma da interpretação e sem ser ouvido, matou tanta tristeza, fez e ainda faz nascer o sorriso da criança ao idoso.

O Maçom Henri Dunant ao fundar a Cruz Vermelha matou muita dor e abandono nos campos de guerra.

O Maçom Wolfgang Amadeus Mozart em suas mais de 600 obras louvou a vida.

O Maçom Antonio Bento foi um grande abolicionista que junto com outros maçons, além da liberdade, permitiram a continuidade da vida a muitos escravos.

O Padre Feijó, o Frade Carmelita Arruda Câmara e o Bispo Azeredo Coutinho embasados nas Sagradas Escrituras e como legítimos maçons desenvolveram o trabalho sério de evangelização e quem sabe assim mataram muitos demônios.

O Maçom Baden Powell ao fundar o Escotismo pregava a morte da deslealdade, da irresponsabilidade e do desrespeito.

O Maçom Billy Graham foi o maior pregador batista norte-americano e com seu trabalho matou muita aflição e desespero. Inclusive há no Brasil um movimento chamado MEB – Maçons Evangélicos do Brasil.

Mas o Maçom não só mata, ele também é morto. Por conta dos valores de liberdade, igualdade e principalmente fraternidade, mais de 400 mil maçons, juntamente com judeus foram mortos nos campos de concentração.

Também sofremos muita perseguição aqui no Brasil, quando imigrantes europeus que professavam religiões diferentes ao Catolicismo, não podiam construir seus templos e os maçons ajudaram. Querem um segredo? Muitos cultos protestantes ocorreram dentro de Lojas Maçônicas, afinal o Maçom combate a falta de liberdade religiosa.

Este senhor Anders certamente torce por um time de futebol, tem preferência por uma marca de cerveja, tem a cor que mais gosta, ou tipo de música ou até mesmo um credo religioso, não há de se fazer vinculações.

Esta situação foi causada por um indivíduo, clinicamente perverso que tem personalidade psicopática. A psicopatia é um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de caráter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios,manipulação, egocentrismo, falta de remorso e culpa para atos cruéis e inflexibilidade com castigos e punições.

O legítimo Maçom não é o homem que entrou para a Maçonaria, mas aquele que a Maçonaria entrou dentro dele.

Houve e há Maçons em todos os seguimentos da sociedade e todos com o mesmo propósito; fazer nascer uma nova sociedade, mais justa e perfeita, lógico sem esquecer que o MAÇOM MATA, principalmente o preconceito.

E vamos vivendo sempre recordando o ensinamento de Mateus 7:1-2 “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós”. Depois do cafezinho, convidei estes Irmãos (afinal somos todos filhos de Deus) para que acompanhassem a Campanha de Fraternidade que a Loja Maçônica Presidente Roosevelt iria fazer no domingo seguinte.

OBS: Não sei o porquê da reportagem não ter sido publicada no jornal e senti a falta deles na entrega dos artigos doados pelos Maçons da Presidente Roosevelt. Teria sido muito bom contarmos com o apoio na distribuição dos 100 litros de leite, mais de 100 quilos de material de limpeza, dos materiais escolares, da grande quantidade de brinquedos, do afeto e da atenção que somados pesaram

segunda-feira, 18 de julho de 2011

"OH! QUAM BONUM ET JACUNDUM HABITARE FRATES IN UNM"‏

"Quando Deus pretende humilhar uma pessoa (por assim o merecer), Ele lhe nega o conhecimento."(Ali Ibn Abu Talib)
 Obrigações dos Maçons:  1. Subir a Escada de Jacó pelas Iniciações da Vida sem ferir os Irmãos neste percurso; 2. realizar o sonho de desbastar pelo pensamento e pelas acções as arestas dos vícios e da insensatez; 3. socorrer o Irmão nas dificuldades, chorar com ele as suas angústias e saber comemorar a seu lado as suas vitórias; 4. reconhecer nas viúvas e nos órfãos a continuidade do Irmão que partiu para o Oriente Eterno;  5. ver na filha do Irmão a sua filha e na esposa do Irmão, uma Irmã, Mãe ou Filha;  6. combater o fanatismo e a superstição sem o açoite da guerra mas com a insistência da palavra sã;  7. ser modelo da eterna e universal justiça para que todos possam concorrer para a felicidade comum; 8. saber conservar o bom senso e a calma quando outros o acusam e o caluniam; 9. ser capaz de apostar na sua coragem para servir aqueles que o ladeiam, mesmo que lhe falte o próprio sustento; 10. saber falar ao povo com dignidade ou de estar com reis e presidentes em palácios sumptuosos e conservar-se o mesmo; 11. ser religioso e político respeitando o direito da religião do outro e da política oposta à sua; 12. permitir e facilitar o desenvolvimento pleno das concorrências para que todos tenham as mesmas oportunidades; 13. saber mostrar ao mundo que nossa Ordem não é uma Sociedade de Auxílios Mútuos; 14. estar dominado pelo princípio maior da TOLERÂNCIA suportando as rivalidades sem participar de guerras; 15.  abrir para si e permitir que outros vejam e o sigam, o Caminho do Conhecimento e da Iniciação; 16.  conformar-se com suas posses sem depositar inveja nos mais abastados; 17.  absorver o sacerdócio do Iniciado pela fé no Criador, pela esperança no melhoramento do homem e pela caridade que abrir-se-á em cada coração; 18. sentir a realidade da vida nos Sagrados Símbolos da Instituição; 19. exaltar tudo o que une e repudiar tudo o que divide; 20. ser obreiro de paz e união, trabalhando com afinco para manter o equilíbrio exacto entre a razão e o coração; 21. promover o bem e exercitar a beneficência, sem proclamar-se doador; 22. lutar pela FRATERNIDADE, praticar a TOLERÂNCIA e cultivar-se integrado numa só família, cujos membros estejam envoltos pelo AMOR; 23. procurar inteirar-se da verdade antes de arremeter-se com ferocidade contra aqueles que julga opositores 24. esquivar-se das falsidades inverossímeis, das mentiras grosseiras e das bajulações humanas; 25. ajudar, amar, proteger, defender e ensinar a todos os Irmãos que necessitem, sem procurar inteirar-se do seu Rito, da sua Obediência, da sua Religião ou do seu Partido Político; 26. ser bom, leal, generoso e feliz, amar a Deus sem temor ao castigo ou por interesse á recompensa; 27. manter-se humilde no instante da doação e grandioso quando necessitar receber; 28. aprimorar-se moralmente e aperfeiçoar o seu espírito para poder unir-se aos seus semelhantes com laços fraternais; 29. saber ser aluno de uma Escola de Virtudes, e Amor, de Lealdade, de Justiça, de Liberdade e de Tolerância; 30. buscar a Verdade onde ela se encontre e por mais dura que possa parecer; 31. permanecer livre respeitando os limites que separam a liberdade do outro; 32. saber usar a Lei na mão esquerda, a Espada na mão direita e o Perdão à frente de ambas, e 33. procurar amar o próximo, mesmo que ele esteja distante, como se fosse a si mesmo.
 Texto publicado pela: CASA REAL DOS PEDREIROS LIVRES DA LUSITÂNIA . Publicado na língua portuguesa lusitana

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Para que servem templos e os rituais?

Para que servem templos e os rituais?
                                                                José Maurício Guimarães
 
Na "caminhada espiritual" usamos discutir mais do que realizar. Noutras palavras - preferimos as formas e os atos ao sentido ético, às grandes concepções da vida moral. É próprio das pessoas que ainda não vislumbraram as luzes proporcionadas pelo pensamento lógico e pelo conhecimento científico substituir com palavras e procedimentos mágicos as virtudes que dificilmente poderiam integrar às suas vidas. Na visão de D.Huisman e A.Vergez "a noção psicológica de personalidade e a noção metafísica e moral de pessoa não são equivalentes". Daí os paradoxos interpostos em nosso caminho, especialmente quando tentamos analisar a "caminhada espiritual". É muito difícil explicarmos o que deve ser a partir daquilo que é. Os autores acima citados preferiram descrever a experiência moral, tal como é vivida pela consciência em sua originalidade irredutível, a fundamentá-la. Não obstante, no campo das emoções, dos desejos e da formação do caráter e da personalidade, os rituais permaneceram cristalizados no tempo. Perderam, nos dias atuais, sua essência, valor e sentido transpessoal (ou "quarta força" na psicologia de Abraham Maslow). Os rituais e os templos, contudo, ainda guardam heranças e tradições que merecem ser reencontradas e reinterpretadas à luz das necessidades do homem moderno. Se isso não acontecer, nenhuma cerimônia, nenhuma liturgia, catedral, edifício ou obra arquitetônica  terão o poder de apontarem para a transformação interior das pessoas. Nem ao menos lhes proporcionarão felicidade ou consolo.
O reencontro desses conteúdos ritualísticos - formas, palavras e gestos que antigamente constituíam "o Sagrado" - não implica numa revisão dos textos, mas numa perspectiva nova; nem a reinterpretação implica em modificações visando adaptar a liturgia às novas situações que vivenciamos. Mas precisamos, sim - com urgência - acionar uma nova leitura, mais iluminada, daquilo que vimos praticando às cegas nos últimos cento e vinte anos!
Uma catedral magnífica, projetada segundo os mais justos e perfeitos cânones arquitetônicos é inútil (do ponto de vista espiritualista) durante a visita de um bando de turistas exclusivamente interessados em fotografar as colunas e vitrais seculares. A adoração das formas e das medidas serve apenas para ilustrar a inteligência, mas não transforma o homem para melhor. Um assassino cruel pode ser um bom arquiteto...
Um ritual, por mais bem elaborado e executado, permanece vazio e estéril se os gestos e palavras escapam à compreensão daqueles que o praticam. Imaginemos uma liturgia proferida e articulada segundo a ortoepia da Idade Média e levada a efeito hoje na Catedral de Chartres - as preces e invocações recitadas integralmente em língua latina (imaginemos que não conheçamos essa língua); o texto, os sinais, símbolos e palavras nos passassem desapercebidos... Que valor moral, ético ou espiritual levaríamos conosco para casa após esse culto? Que elementos de transformação interior, além do deleite estético da arquitetura e da música sacra? Apenas resquícios frágeis e quebradiços de uma adoração cega, da veneração pelo maravilhoso. Simples reverência e preito diante do desconhecido.    
O formalismo reveste-se dos mais primitivos anseios humanos. Nesse início de século as imperfeições humanas vieram com mais realce à tona por causa do violento contraste entre o formalismo e a magnitude da geometria dos templos. Vemos ressuscitar o açoite medieval daqueles que sondam os equívocos alheios expondo-os impiedosamente em público. Na falta daquela nova leitura mais iluminada a que me referi, semeiam-se novas dúvidas e novos medos. Em face do crescente materialismo, nasce um conformismo covarde. As práticas, prédicas e discursos - nesses casos - não fazem mais do que proporcionar à eloquência de uns poucos o gozo pessoal de expor um panorama que constitui antes mau do que bom exemplo.
Na "caminhada espiritual" topamos com três tipos diferentes de pessoas, em número e papel que desempenham. Há os professores, os discípulos e os indiferentes a esse tipo de "caminhada". Os que ensinam e interpretam parecem ter acesso direto ao escrínio secreto dos Mistérios. Parece que Deus só fala com eles... 
Os que ouvem e tentam aprender contentam-se com as migalhas que caem da mesa farta dos líderes e profetas; e ainda pagam por essa mercadoria.
Os indiferentes (céticos) acham tudo isso muito cômico e empreendem outros esforços mediante a lei-do-menor-esforço.
A princípio, não nos cabe julgar as intenções e a sinceridade de uma tese e sua exposição sincera quando submetida ao debate e ao contraditório. O que a tese (ou ensinamento) tiverem de bom - utilidade prática - devemos de aproveitar. Os aspectos negativos - oriundos de pretensos programas de ensino: desabafo de egos feridos, retaliação injusta contra movimentos concorrentes - dizem respeito ao propositor da tese em questão. São questões de consciência.
Todavia, ao humilde shela (discípulo) não se podem endereçar - nos dias de hoje, repito - apenas o rigor da vergastada, da humilhação e do silêncio compulsório. O pensamento do discípulo é, antes de tudo, LIVRE. O aprendiz é, antes de mais nada, um homem livre.  É válido e imprescindível que ele avalie a sinceridade do que ouve, partindo do exemplo de vida que dá o pregador. É muito difícil alguém demonstrar o que não deve ser a partir daquilo que não é.
O conselho vem de outras épocas, não estou inventando nada - está no Evangelho escrito por Mateus: "Pelos seus frutos os conhecereis, colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus." A árvore ociosa tentará converter o objeto de sua opinião em oráculo que lhe satisfaça as aspirações do menor esforço: se vaidosa, transformará o mais sublime dos temas em galeria de exibição do personalismo inferior; se insensata, invocará toda uma cultura à aprovação dos desvarios a que se entrega. Numa palavra: um instrutor (o "instituteur", em francês) torna-se mestre quando é capaz de praticar as regras que oferece aos alunos. O que pensariam esses alunos daquele catedrático de cálculo estrutural cujas edificações desabassem todas? Não é possível crer e descrer ao mesmo tempo. Nem é aconselhável permanecermos como bois diante de castelos, pois há flagrante oposição entre a busca do conhecimento e os exclusivos interesses do estômago; igual oposição existe entre o caminho do homem livre - que pensa por si mesmo - e a estrada que estabelece apenas a dominação ou a distribuição dos lugares no poder - como na Revolução Francesa: havia aplausos no instante das vantagens, e fuga espavorida no instante do sacrifício e morte na guilhotina.
AS ORDENS INICIÁTICAS TRADICIONAIS: Ao sermos iniciados numa Ordem tradicional, não foi nosso objetivo substituirmos os dogmas tradicionais da fé por outros dogmas. Qual a vantagem em destituir da cátedra um "Magister Dixit" e substituí-lo pelo "Mestre Disse"? - trocar 6 por meia-dúzia? Devemos estar conscientes, desde a opção que fizemos, que aqueles que abusam de autoridade utilizam-se da palavra para movimentos de ruína e aniquilamento do pensamento livre. O efeito deletério de tais movimentos perturbadores articulam-se ainda contra os próprios autores que acabam colhendo amargos frutos da infeliz atividade a que dão impulso. O sinal mais característico desse tipo de imperfeição é o interesse pessoal. Disse o antigo Mestre de Lyon: "Pode um homem possuir qualidades reais, que levem o mundo a considerá-lo homem de bem. Mas, essas qualidades, conquanto assinalem um progresso, nem sempre suportam certas provas. Às vezes basta que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique a descoberto."
QUEM serve esse homem? A QUE serve?
"Quando estão presentes as obras do interesse pessoal, suspeitemos da impostura, por mais pretensiosas que sejam suas reivindicações; por mais plausíveis que sejam seus ensinamentos. Elas apenas servem às inimizades, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas a respeito das quais vos preveni..." disse Saulo de Tarso aos Gálatas.
/
Veja meu BLOG neste endereço: http://www.zmauricio.blogspot.com/

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Uma Promoção que Vale a Divulgação ! Aproveitem!!!

Tá legal. Estamos no meio do ano, eu sei. Aí você pergunta: por que comprar uma agenda Maçônica logo agora? Aí eu respondo: Por causa das informações! E por causa do desconto: meio ano, metade do preço! Veja quem é quem na Maçonaria regular brasileira e saiba, dia após dia, o que aconteceu de importante em nossa Ordem.

Acompanha grátis um CD com o endereço de mais de 5.000 Lojas Maçônicas !
.........................................................................
Você pode comprar pelo site www.artedaleitura.com.br ou direto com a Marcia, pelo telefone (21) 2293-2791 ou marcia.infyarte@yahoo.com.br
Visite nosso site para conhecer outros produtos exclusivos!


segunda-feira, 16 de maio de 2011

A TRADIÇÃO COM CARA NOVA

Meus Amados Irmãos ,
Você poderá baixar o mais novo trabalho do nosso Ir João Guilherme no link: http://www.4shared.com/document/zUb2Jmba/Tradio_de_Cara_Nova_-_Cpia.html   neste ele relata maiores detalhes sobre os painéis dos Graus utilizados pelas potências brasileiras.  Presenteie sua loja adquira estes painéis no site http://www.artedaleitura.com.br/store/index.php e você verá que suas instruções serão bem mais ilustrativas.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Pesos e Medidas Bíblicas - Fonte : O Livro dos Dias

Cada geração que se educa absorve normalmente os aperfeiçoamentos do seu tempo com a coisa mais normal do mundo – e esquece muito das dificuldades que foram ultrapassadas por esses aperfeiçoamentos. Assim, se ninguém deve espantar-se com a familiaridade da garotada com os micros, também não deve decepcionar-se pelo fato de que muitos já não são capazes de fazer contas sem o auxílio da calculadora onipresente. Um quilo é um quilo para todo mundo (menos, é claro, para o comerciante desonesto...), mas
nem sempre foi assim. Foram provavelmente os sumérios que introduziram um sistema rudimentar
de pesos e medidas. Nos tempos bíblicos, que nos interessa mais de perto, a noção desses pesos e medidas tinha evoluído bastante. Mas quando alguém disser que tal medida era exatamente x ou y cm, duvide. Hoje, o metro é definido, rigorosamente, como “ o comprimento igual a 1.650.763,73 comprimentos de onda, no vácuo, da radiação correspondente à transição entre os níveis 2p10 e 5d5 do átomo de criptônio”. Você já imaginou essa exatidão no tempo de Salomão? Brincadeira! É claro, tudo naquela época tinha que ser empírico. Mas foi o bastante para servir às necessidades e permitir o progresso.Vejamos.
1. Medidas de comprimento côvado ou cúbito – era medido da ponta do dedo médio ao
cotovelo. Os dicionários modernos registram como “medida antiga de 66cm”. Mas há outras
referências: no Egito, 44,5 cm (côvado curto, de 6 palmos) e 52cm (côvado comprido, de 7
palmos); na Suméria, 49,5 cm; em Israel, 55 cm e 38,2 cm; na Grécia, 46,5 cm e em Roma
44,4 cm.
2. Palmo – o palmo curto era medido pela largura da mão na base dos dedos, equivalendo a
7,6 cm. O palmo longo era medido da ponta do polegar à do mínimo, 23 cm. Três palmos
longos equivaliam a meio côvado (não disse que esse negócio de exatidão era tolice?). A quarta
parte do palmo curto era o dedo, mais ou menos 2 cm.
3. Medidas de peso & dinheiro Shekel ou Siclo – na Suméria, 8,4 g; em Israel, 11 ou 14 g
(Shekel real). Em Israel, os pesos eram feitos de pedra. No Egito e na Babilônia, eram de
metal.
4. Mina – Valia 50 shekels, mais ou menos 570 g.
5. Talento – Valia 60 minas, mais ou menos 34 kg. Havia ainda o talento duplo, equivalente a
60 kg. Essas medidas de peso tinham seu correspondente prático no dinheiro, que, na
maioria das vezes, era relacionado a um determinado peso, não a um valor nominal.
Assim, as moedas de ouro e prata do Velho Testamento têm os mesmos nomes dos pesos:
shekel (siclo), mina e talento, equivalentes aos pesos.
Havia ainda uma moeda de bronze chamada lepto. As primeiras moedas cunhadas só
apareceram no século VII a. C., na Lídia, ainda relacionadas a pesos.
Além das moedas judaicas, a Bíblia faz menção a outras moedas, como a dracmae a
tetradracma, moedas gregas de prata; denário, moeda de prata romana, e dúreo, moeda
romana de ouro, que circulavam por toda a parte. Só para se ter uma idéia, 30 shekels
judaicos valiam 1 mina grega ou 100 denários romanos.
Medidas de distâncias:
Braça (orgyia, em grego), 1,85 m.
Estádio (stadion, em grego e stadium, em latim) – media 185 m.
Como curiosidade, vale lembrar que no sábado (Shabbat), dia dedicado ao descanso, a um
judeu só era permitido caminhar 2.000 côvados, aproximadamente 914 m.
Como você viu, não se pode estudar história sem lembrar que no passado as coisas não
tinham a exatidão de hoje. Pois o inventor da copiadora xerox, Chester Carlson, teve que esperar mais
de duas décadas para que a indústria chegasse à precisão de que suas máquinas precisavam.

terça-feira, 12 de abril de 2011

A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA MAÇONARIA

A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA MAÇONARIA
A abordagem de um assunto complexo exige algumas premissas, que, embora verdades inconcussas, podem ser, muitas vezes, esquecidas, em benefício de interesses pessoais de momento.

A primeira premissa esclarece que a Maçonaria é uma Fraternidade. Ora, o substantivo feminino fraternidade designa o parentesco de irmãos, o amor ao próximo, a harmonia, a boa amizade, a união ou convivência como de irmãos. Isso leva à conclusão de que, na organização designada, genericamente, como Maçonaria, ou Franco-Maçonaria, definida como uma Fraternidade, deve prevalecer a harmonia e reinar a união ou convivência como de irmãos.

A segunda premissa afirma que a Maçonaria, como uma Fraternidade, deve ser uma instituição fundamentalmente ética. O substantivo feminino ética designa a reflexão filosófica sobre a moralidade, ou seja, sobre as regras e códigos morais que orientam a conduta humana; refere-se, também, à parte da Filosofia que tem por objetivo a elaboração de um sistema de valores e o estabelecimento dos princípios normativos da conduta humana, segundo esse sistema de valores. Sendo, a Maçonaria, até pela sua definição, uma organização ética, devem ser rígidos os códigos de moral e alto o sistema de valores, que orientam a conduta entre maçons.

Todos os códigos maçônicos ressaltam a importância dos valores éticos entre maçons, ou seja, entre Irmãos. Isso está bem evidente em disposições inseridas em textos constitucionais, as quais, com pequenas variações de Obediência para Obediência, afirmam que, entre outros, são deveres do maçom:

"Reconhecer como Irmão todo maçom e prestar-lhe, em quaisquer circunstâncias, a proteção e ajuda de que necessitar, principalmente contra as injustiças de que for alvo;

Haver-se sempre com probidade, praticando o bem, a tolerância e a fraternidade humana".

E completam, destacando que:

"Não são permitidas polêmicas de caráter pessoal nem ataques prejudiciais à reputação de Irmãos, nem se admite o anonimato".

A ética, todavia, não fica restrita apenas às relações entre maçons, mas, também,, às destes com as Obediências que os acolhem, principalmente nas referências a estas, ou aos seus dirigentes, em textos escritos. Isso está bem caracterizado no dispositivo legal, que admite ser direito do maçom:

"Publicar artigos, livros, ou periódicos que não violem o sigilo maçônico nem prejudiquem o bom conceito da (do) Grande Loja (Grande Oriente)".

A par, entretanto, dessa ética de caráter interno, há aquela reconhecida em todos os meios sociais e que considera atentatórias às regras e códigos morais das sociedades ditas civilizadas, atitudes como:

1. Divulgar denúncia de fatos, sem a necessária comprovação, o que envolve difamação e calúnia;

2. Difamar e atacar pessoas, em conversas e em reuniões, sem a presença dos atingidos pelos ataques;

3. Divulgar, por qualquer veículo, o texto de cartas particulares e, portanto, confidenciais;

4. Atacar pessoas e instituições, sem lhes dar o direito de resposta no mesmo veículo e no mesmo local em que foi publicado o ataque (e esse é um direito garantido por lei);

5. Ter conhecimento de que alguém está incorrendo em atitudes antiéticas, como as citadas, e nada fazer, ou, o que é pior, ajudar a incrementá-las;

6. Aproveitar uma situação de inimputabilidade penal --- por qualquer motivo, inclusive senilidade --- para produzir ataques, difamações e injúrias contra pessoas e/ou instituições.

Atitudes antiéticas, como essas citadas, ocorrem todos os dias, na sociedade atual, principalmente em épocas de campanha eleitoral, de crises econômicas, de tumulto social; ocorrem, também, nos meios onde a intriga e os mexericos fazem parte do ofício e trazem dividendos financeiros, como é o caso das "colunas sociais" e da mídia especializada em futricas de rádio, televisão e teatro. É claro que ocorrem! A sociedade atual, graças ao esgarçamento de sua estrutura familiar e ao avanço avassalador da amoralidade, é, hoje, altamente antiética : a solidariedade é moeda em baixa; o respeito às demais pessoas é praticamente inexistente; o acatamento da lei e da ordem vai escorrendo pelo ralo; a deslealdade, no sentido de auferir vantagens, vai de vento em popa; quem está por cima, pisa na cara de quem está por baixo; e quem está por baixo tenta puxar o tapete de quem está por cima.

A Maçonaria, contudo, deveria dar o exemplo de moral e de ética. Afinal de contas, ela afirma, em todas as suas Cartas Magnas, que:

"Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade. (...) Proclama que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um".

Nem sempre, porém, isso acontece. A Instituição maçônica, doutrinariamente, é perfeita, mas os homens são apenas perfectíveis. Procuram se aperfeiçoar, mas muitos nem sempre conseguem o seu intento, mesmo depois de muitos e muitos anos de vida templária, persistindo nas atitudes aéticas e antiéticas, que lhes embotam o espírito e assolam o ideal de solidariedade, de moral e de respeito à dignidade humana.

Para aqueles que pretendem, realmente, se aperfeiçoar, valem os conselhos contidos numa mensagem encontrada na antiga igreja de Saint Paul, em Baltimore, datada de 1692 :

"Vá plácido entre o barulho e a pressa lembre-se da paz que pode haver no silêncio. Tanto quanto possível, sem capitular, esteja de bem com todas as pessoas. Fale a sua verdade, clara e calmamente; e escute os outros, mesmo os estúpidos e ignorantes, pois também eles têm a sua história. Evite pessoas barulhentas e agressivas. Elas são tormento para o espírito. Se você se comparar a outros, pode se tornar vaidoso e amargo, porque sempre haverá pessoas superiores e inferiores a você. Desfrute suas conquistas, assim como seus planos. Mantenha-se interessado em sua própria carreira, ainda que humilde; é o que realmente se possui, na sorte incerta dos tempos. Exercite a cautela nos negócios, porque o mundo é cheio de artifícios. Mas não deixe que isso o torne cego à virtude que existe; muitas pessoas lutam por altos ideais e, por toda parte, a vida é cheia de heroísmo. Seja você mesmo. Principalmente, não finja afeição, nem seja cínico sobre o amor, porque, em face de toda aridez e desencanto, ele é perene como a grama. Aceite, gentilmente, o conselho dos anos, renunciando, com benevolência, às coisas sa juventude. Cultive a força do espírito, para proteger-se, num infortúnio inesperado.

Mas não se desgaste com temores imaginários. Muitos medos nascem da fadiga e da solidão. Acima de uma benéfica disciplina, seja bondoso consigo mesmo. Você é filho do Universo; não menos que as árvores e as estrelas, você tem o direito de estar aqui. E que seja claro, ou não, para você, sem dúvida o Universo se desenrola como deveria. Portanto, esteja em paz com Deus, qualquer que seja a sua forma de conhecê-lo, e, sejam quais forem sua lida e suas aspirações, na barulhenta confusão da vida, mantenha-se em paz com sua alma. Com todos os enganos, penas e sonhos desfeitos, este ainda é um mundo maravilhoso. Esteja atento"!


Ir.: José Castellani
Do livro "Fragmentos da Pedra Bruta"
Editora A Trolha - 1999, coletânea de artigos esparsos.

terça-feira, 1 de março de 2011

ALQUIMIA

Ir.: Pedro Américo Hoffstetter de Souza (*)

“Nada desconhecido no Céu, nada conhecido na Terra.”
Hermes Trismegisto

1 - A ALQUIMIA
PREÂMBULO – como todos os fatos que se perdem na noite dos tempos existe uma extensa faixa do que hoje sabemos sobre Alquimia que mistura fatos e ficção, um terreno onde a fantasia e a realidade se fundiram de maneira tal que é impossível separar uma da outra. Cabe ao estudioso de fatos ocorridos há milhares de anos tentar definir a fronteira entre o real e o imaginário sem nunca perder de vista fatos que hoje aparentam ser mera fantasia. Como era comum na época, o autor alquímico usou de linguagem cifrada para que a informação não caísse em mãos indevidas, da mesma forma que hoje se procura restringir a disseminação de tecnologia nuclear bélica. Ao alquimista cumpria o dever de proteger suas descobertas ou os caminhos que trilhava para a elas chegar.

ORIGENS – atribuí-se a Hermes Trismegisto os primeiros passos dados pela Alquimia. Trismegisto (três vezes grande) era a denominação dada pelos alquimistas, neoplatônicos e místicos, ao deus egípcio Toth, que era Hermes em sua versão Grega. Tanto na cultura egípcia como na grega, Toth e Hermes eram as divindades da magia e da escrita.No Egito Helênico, a Hermes ou Toth (seu sincretismo local), era atribuída a geração de um conjunto de textos sagrados intitulado Corpus Hermeticum. Embora a maioria de sua obra que chegou até nós verse basicamente sobre filosofia,
religião e artes (chega-se a atribuir a ele a autoria do Livro dos Mortos), a grande contribuição de Hermes Trismegisto à Alquimia foi, segundo se acredita, a autoria da peça chave para o nascimento e desenvolvimento da Alquimia: a Tábua de Esmeralda.

ETIMOLOGIA - Do árabe: al-kímía 'pedra filosofal', daí, 'alquimia', quase certamente conexo com o grego khumeía, a 'mistura de vários sucos, imisção'; 1532 alchimia, 1555 alquimia, 1557 alquymya, 1566 alqujmea. Embora seja quase impossível se determinar quando a Alquimia migrou dos paises árabes e acabou se tornando a “grande ciência” da Idade Média, é certo que suas primeiras manifestações dentro do ambiente europeu aconteceram por volta do século XIV. De acordo com estudiosos da matéria, alquimia é o nome da química praticada na Idade Média, que se baseava na idéia
de que todos os metais evoluem até virar ouro. Os alquimistas tentavam acelerar esse processo em laboratório, por meio de experimentos com fogo, água, terra e ar (os quatro elementos), empenhados principalmente na descoberta de uma "Pedra Filosofal", capaz de transformar tudo em ouro. A Pedra Filosofal seria a panacéia universal, ou remédio contra todos os males físicos e morais, e a pedra filosofal, que deveria transformar os metais em ouro; também chamada de espagiria ou espagírica.
No dizer de Roger Bacon, no Espelho da Alquimia, «...A alquimia é a ciência que ensina a preparar uma certa medicina ou elixir, o qual, sendo projetado sobre os metais imperfeitos, lhe comunica a perfeição...»

TÁBUA DE ESMERALDA – embora suas origens se percam na noite dos tempos a Tábua de Esmeralda (ou Tábua Esmeraldina) é considerada pelos estudiosos do assunto como o elemento fundamental para o desenvolvimento da alquimia. A Tábua de Esmeralda é a peça chave da Alquimia Islâmica desde quando surgiu em textos árabes (Kitab Sirr
al-Khaliqa wa Sanat al-Tabia) em 650 d.C. e na sua tradução latina feita por João de Sevilha (Johannes Hispaniensis), em Secretum Secretorum(circa de 1140).

O texto em latim, transcrito no século XVII por João de Sevilha (Johannes Hispaniensis), em Secretum Secretorum, é o seguinte:

1. É verdade, certo e muito verdadeiro:
2. O que está em baixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está em baixo, para realizar
os milagres de uma única coisa.
3. E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas são únicas, por adaptação.
O Sol é o pai, a Lua é a mãe, o vento o embalou em seu ventre, a Terra é sua ama;
4. O Pai de toda Telesma do mundo está nisto.
5. Seu poder é pleno, se é convertido em Terra

Separarás a Terra do Fogo, o sutil do denso, suavemente e com grande perícia.
Sobe da terra para o Céu e desce novamente à Terra e recolhe a força das coisas superiores e inferiores. Desse modo obterás a glória do mundo.E se afastarão de ti todas as trevas. Nisso consiste o poder poderoso de todo poder:
Vencerás todas as coisas sutis e penetrarás em tudo o que é sólido. Assim o mundo foi criado. Esta é a fonte das admiráveis adaptações aqui indicadas.
Por esta razão fui chamado de Hermes Trismegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal.O que eu disse da Obra Solar é completo.

Embora de aparente simplicidade, a Tábua de Esmeralda é um instrumento altamente complexo pois, na forma como foi escrito, deveria ser incompreensivel para os não iniciados. Por outro lado existe uma escola de pensamento (com a qual me alinho) que diz que a busca da Pedra Filosofal é apenas uma metáfora, que os verdadeiros alquimistas - leia-se filósofos - usavam para a busca do conhecimento total e perfeito. Numa época em que a Inquisição começava a tomar corpo (1183), mesma época da tradução latina da Tábua (1140), o livre pensar dos tempos socráticos (que. como vimos, não era tão livre assim) acabaria por tornar-se o caminho mais curto para a fogueira. Afinal esta foi a época em que o frade dominicano Tomás de Torquemada (1420 – 1498) exerceu seu cargo de Inquisidor Geral com fúria e rigor. Assim buscar
uma nova vertente para o desenvolvimento intelectual do homem, em uma época em que tudo, inclusive pensar, era proibido, exigia uma série de cuidados.

Certamente que muitos alquimistas perseguiam o objetivo de transformar metais menos nobres (chumbo) em ouro. E suas experiencias sem um controle rígido, como o que a Química moderna hoje dispõe, levou muitos deles à morte por envenenamento. Por outro lado é forçoso admitir que, embora fracassando no seu principal objetivo, muitas descobertas paralelas se originaram da busca alquímica. Um bom exemplo disso pode ser encontrado no livro de Thomas Churton sobre a vida de Elias Ashmole (1617 – 1692) onde é mostrado o adiantado estado da alquimia na Inglaterra, livre do garrote da Inquisição.

Nicolas Flamel – a este francês, nascido em 1330, pode ser atribuido o início da fase sistêmica da alquimia em território da Europa Ocidental. O marco zero desta nova ciência seria 1370, o ano em que Nicolas Flamel (1330-1418) teria,
segundo a lenda, encontrado um livro com textos intercalados com misteriosos desenhos. Mesmo após muito estudar o tal compêndio, Flamel não conseguia traduzi-lo. O autor da tradução teria sido um sábio judeu que Flamel encontrara nos arredores de Santiago, Espanha. Tratava-se de um livro de Cabala e Alquimia e que inclusive continha a fórmula para a Pedra Filosofal, pedra esta que tinha o poder de transformar os metais em ouro.

Paracelso, pseudônimo de Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, (Einsiedeln, 17 de dezembrode 1493 — Salzburgo, 24 de setembro de 1541) foi um famoso médico, alquimista, físico e astrólogo suíço.Seu pseudônimo significa "superior a Celso (médico romano)". Entre as muitas figuras de destaque legadas pelo
Renascimento, a de Paracelso se sobressai pela agitação e acidentes que pontilharam sua vida desde o nascimento (erade baixa estatura, corcunda e gago). Formou-se em medicina aos dezessete anos e passou grande parte de sua vidaviajando em busca de mais conhecimento do que o proporcionado então pelas escolas de medicina tradicionais. Isto o aproximou de alquimistas no Egito, Terra Santa, Hungria, Tartária, Arábia, Polônia e Constantinopla e que, após seu retorno à Europa, lhe grangearam fama e pretígio como médico pois discordava dos métodos de cura dos médicos tradicionais. Por seus estudos na aplicação de novas drogas no tratamento de doentes foi-lhe atribuido o título de Pai da Bioquímica.

Retornando a Salzburgo em 1540, faleceu um ano após, aos 47 anos. Segundo os registros, Paracelso teria enlouquecido afirmando ter conseguido fabricar o Elixir da Vida (panacéia universal que era buscada pelos alquimistas) e poderia curar
todas as doenças, prolongando a vida indefinidamente. Devido as curas milagrosas que obteve mesmo após sua morte, a fama e a influencia de Paracelso na medicina extenderam-se pelos séculos seguintes.

Michel de Nostradamus – Nasceu em Saint-Remy-de-Provence, sul da França, em 1503. Mais conhecido por sua supostacapacidade de prever fatos futuros, seu livro escrito em forma de centúrias (centúrias são as profecias de Nostradamus compiladas em dez livros, sendo que cada um possui 100 quadras - rimas em quatro linhas, que totalizam 1000 previsões)é ainda hoje motivo de admiração e estudo por milhões de pessoas. Seu conhecimento de Latim e possivelmente Grego lhe permitiram tomar contato com conhecimento de fontes importantes. No entanto, Nostradamus foi também farmacêutico,
médico, astrólogo, astrônomo e alquimista. Faleceu em dois de julho de 1566.

Isaac Newton – (1643 – 1727) é unanimemente considerado como um dos maiores gênios de todos os tempos: físico,matemático e filósofo, astrônomo, teólogo e alquimista, imprimiu a marca de seu gênio em todos os campos doconhecimento humano em que esteve envolvido. Embora sem o mesmo brilho e impacto de suas descobertas no campo da
física e da astronomia e talvez por sua entrada tardia (aos 50 anos) no campo da alquimia, Newton não teve nela a mesma importância que teve para o conhecimento humano. Suas primeiras incursões na seara da alquimia foram através de Isaac
Barrow e Henry More, intelectuais de Cambridge. Por volta de 1693, escreveu Praxis, uma obra que sugere uma filosofia que via na natureza algo diferente do que admitiam as filosofias mecanicistas ortodoxas. Newton dedicou muitos de seus esforços aos estudos da alquimia. Embora tenha tido um profundo envolvimento e escrito muito sobre alquimia só muito tardiamente tomou-se conhecimento desse fato ja que a alquimia era proibida em sua época. Um de seus legados ao conhecimento da alquimia é seu livro Praxis, de 1693. O epitáfio de Newton em seu túmulo na abadia de Westminster foi escrito pelo poeta Alexander Poppe: A natureza e as leis da natureza estavam imersas em trevas; Deus disse "Haja Newton" e tudo se iluminou.

Elias Ashmole – (1617 – 1692) Inglês de Lichfield é uma das figuras mais emblemáticas da cultura européia do século XV.Foi um antiquário, político, oficial de armas, Maçom, estudante de astrologia e alquimia. Foi ele quem compilou uma sériede documentos e estudos e que os publicou sob o nome de Theatrum Chemicum Britannicum, uma obra essencial para oentendimento do processo de desenvolvimento cientifico e filosófico de seu tempo.

John Dee (1527 – 1609) – Matemático, astrônomo, astrólogo, geógrafo, tendo dedicado substancial parte de sua vida à alquimia e a filosofia hermética. Trabalhou durante muito tempo na corte de Rudolf II, imperador do Sacro Império Romano, um grande entusiasta da alquimia e das ciências herméticas. Após seu retorno para a nglaterra, dedicou os últimos anos de sua vida ao estudo da leitura de cristais cristalomancia).

Edward Kelley - foi um "ajudante" de John Dee, considerado por Dee uma pessoa sensivelmente capaz de receber mensagens espirituais ao ver alguns cristais ou pedras refletidas no Sol, essa arte é chamada de cristalomancia.Através dessa arte ambos buscavam conseguir a famosa Pedra Filosofal.Acredita-se que ele tenha chegado à fórmula da pedra quando, junto com Dee, trabalhava para o rei Rodolfo II. Logo
depois foi torturado e executado pelo rei por não revelar a fórmula da Pedra Filosofal. Depois disso Rodolfo enlouqueceu em busca da Pedra e perdeu o trono para seu irmão Matias da Germânia.

3 - A ALQUIMIA, A MAÇONARIA E A PEDRA FILOSOFAL
Muito se tem dito da busca, pelos alquimistas, da pedra filosofal. Ela, além de atender a motivos humanitários, tal como curar doenças, tinha também seu lado terreno e, portanto, dotado da cobiça e da mesquinharia humanas: a busca da
mágica fórmula que transmutasse chumbo em ouro. Para nós Maçons, talvez essa transmutação tenha um sentido mais elevado e despojado de sentimentos mundanos. E qual seria esse significado?O profano quando é recebido na Sublime Ordem é representado pela pedra bruta, que tem o significado de um material de
boa origem mas que precisa ser desbastado, esquadrejado e polido, quando então adquire condição de se integrar ao grande templo do saber maçônico.
Por outro lado o que é a transmutação? É se tomar o chumbo, um mineral de uma das mais baixas posições na Tabela Periódica dos Elementos, um metal sem nenhuma nobreza e destinado a funções mais simples (era usado na antiguidade para fazer encanamento de esgoto ou telhas) e, através de artifícios alquímicos, transformá-lo em ouro, metal de radiante nobreza e, em todas as civilizações, mesmo as mais primitivas, destinado ao uso da realeza e para confeccionar jóias e instrumentos de culto e devoção.Assim, não seria o aprendiz o chumbo alquímico que, através do trabalho e do conhecimento advindo da Arte Real (a Pedra Filosofal), transformar-se-ia no mais nobre dos minerais?

An Encyclopedic Outline of Masonic Hermetic Qabbalistic and Rosicrucian Philosophy – Manly P. Hall – The Philosophical Research
Society, Inc. 1988
Coletânea Hermética – Uma introdução ao universo da Magia, da Cabala, da Alquimia e do Ocultismo – William Wynn Wescott - Ed.
Madras – 2003.
The Kybalion – Hermetic Philosophy - Ed. Fac-similar da ed. 1912
Encyclopaedia of Freemasonry – Vol. I – Albert G. Mackey – The Masonic history company – 1918 (pg. 322)
The Magus of Freemasonry – The Mysterious Life of Elias Ashmole – Thomas Churton – Inner Tradition Editors – 2004
Wikipedia – enciclopédia on-line

Maçom da ARLS e de Instrução « RENASCIMENTO nº 08 » (GOIRJ / COMAB); Or. : de Cabo Frio (RJ).

I Encontro Regional do Rito de York -RJ (26/02/2011)





Fonte: Jornal 3 Pontos

“Tivemos hoje o privilégio de testemunhar não só um ato histórico pela chegada do Rito de York, ao vivo, no Estado do Rio de Janeiro, mas também uma mensagem de união em paz e harmonia. Porque foi desta forma que este evento transcorreu. Aqui, ao meu lado, ombro a ombro, acima de diferenças e de interesses, estão dirigentes das três Potências regulares e representantes dos Altos Corpos de todos os Ritos praticados no Brasil. Na alegria descontraída que transparece em suas fisionomias, nos sorrisos francos e opiniões sinceras, confraternizamos na verdadeira liberdade que deve inspirar os Maçons, acima de interesses e preconceitos. Aos Maçons que com tanto zelo e competência se empenharam na preparação desta demonstração, afirmo que o brilho de sua demonstração foi além da apresentação do Rito de York para nós. Ao cumprimentá-los, estendo meu abraço aos Altos Dignitários aqui presentes que prestigiam este evento, ao qual deram um brilho incomum. Parabéns, meus Irmãos, pelo seu trabalho excepcional, aos que atuaram e aos que organizaram, liderados pelo Irmão Paulo Roberto Curi. E parabéns especial aos Irmãos da Loja Bandeira do Rito de York, recém fundada sob os auspícios do Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro. Vocês sequer imaginam os benefícios do que realizaram.”

As palavras do Grão-Mestre de Honra do Grande Oriente do Brasil - Rio de Janeiro, Irmão Sérgio Tavares Romay, sintetizaram com precisão o sentimento coletivo dos Irmãos presentes ao I York Rite Meeting – I Encontro do Rito de York – realizado no dia 26 de fevereiro de 2011, no Clube de Aeronáutica, no Rio de Janeiro. Eles vieram de todas as partes do Brasil, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, do Rio Grande do Norte ao Mato Grosso do Sul, representando as três Potências e os seis Ritos regulares brasileiros, junto aos quais agora se incorpora o Rito de York.

Não estranhem quando dizemos que o Rito de York é o sétimo Rito a fazer parte da magnífica constelação de Ritos praticados na Maçonaria Brasileira, a terceira maior do mundo. Entre nós, na verdade, durante mais de um século, chamávamos “Rito de York” ao ritual Emulação, um dos muitos aceitos pela Grande Loja Unida da Inglaterra após sua formação, em 1813, resultado da união de duas Grandes Lojas rivais, a dos Modernos (de 1717) e a dos Antigos (de 1751). Para que essa união se consumasse, foi necessário adaptar os rituais de ambas. Assim surgiu um novo Rito, sem nome. E assim, também, foi o último Grau do Real Arco incorporado ao Simbolismo como um Grau “lateral” ao de Mestre Maçom.

Enquanto isto, o trabalho dos Maçons americanos, já independentes da Grã-Bretanha, continuava sem modificações. Por este motivo, para que nós, brasileiros, entendamos melhor, foram criadas as expressões Rito Inglês Moderno, para os rituais ingleses pós-União de 1813, e Rito Inglês Antigo, para o ritual americano, não modificado.

Pois foi deste ritual, praticamente intacto desde o século XVIII, que cento e trinta Maçons puderam apreciar a encenação da Abertura, da Iniciação e do Encerramento no Grau de Aprendiz Maçom, apresentado com brilho por uma equipe de Irmãos das três Potências no Rio de Janeiro. Estes valorosos Irmãos, liderados pelo Irm. Jacques Nunes Attié, MI, e Robson Neil Saar-Klippel, MRA, ensaiaram meses a fio, discutindo, debatendo e aprendendo enquanto praticavam. O aplauso que receberam ao término foram a justa medida da apreciação do seu trabalho. Este aplauso estendeu-se, merecidamente, aos Irmãos que organizaram o evento, sob a batuta do Secretário Geral do Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil, Irm. Paulo Roberto Curi, PGM.

Entre os Altos Dignitários que aplaudiram de pé os apresentadores, citamos, sem preocupação protocolar: os anfitriões, Ítalo Aslan e Antonio Carlos Raphael, respectivamente Grão-Mestres interino e candidato à reeleição no Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro; Gilberto Moreira Mussi e João Otávio Cezar Lessa, respectivamente Grão-Mestre e Grão-Mestre Adjunto da Grande Loja Maçônica do Rio Grande do Sul; Sérgio Tavares Romay, Grão-Mestre de Honra do Grande Oriente do Brasil – Rio de Janeiro, e Ubiratan Rufino, candidato ao Grão-Mestrado do GOB-RJ; Nei Inocêncio dos Santos, Grande Primaz do Supremo Conclave do Rito Brasileiro; Rosselberto Himenes, PGM, Grande Sumo Sacerdote, Dagomar Ruas Silva e Jorge Raul Lago Simões, ambos Past Sumos Sacerdotes do Supremo grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil; Maurício Cláudio de Albuquerque, Grande Ilustre Mestre do Grande Conselho de Maçons Crípticos do Brasil; Edison Barsanti, Grande Secretário de Cultura Adjunto do Grande Oriente do Brasil; Marcos Coimbra, representando o Irm. José Maria Bonachi Batalla, Soberano Grande Inspetor Geral do Supremo Conselho do Rito Moderno; Pedro Bezerra, representando o Irm. Florisvaldo Campos Xavier, Grande Patriarca Regente do Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita; Rubens Marques dos Santos, PGM, e Anderson Verçosa, MI, representando o Soberano Grande Comendador Luiz Fernando Rodrigues Torres, do Supremo Conselho do Grau 33 do R.E.A.A. da Maçonaria para a República Federativa do Brasil; Sylvio Magalhães do Vabo Filho, Presidente da Poderosa Assembleia Estadual Legislativa do GOB-RJ; Cezar Fellini Lazzarotto, representando o Irm. Juliano Correa Braga, Grande Mestre da Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil; José Ricardo Rocha Bandeira, MI, Venerável Mestre da ARLS Bandeira do Rito de York, a quem muito se deveu o evento.

À tarde, os presentes puderam assistir “Com Fervor e Zelo”, a apresentação com que o Real Arco é apresentado para as Blue Lodges (Lojas Simbólicas) nos Estados Unidos. O I Encontro do Rito de York no Rio de Janeiro encerrou-se com um debate, em que o Irm. João Guilherme da Cruz Ribeiro, DGGHP – Latin America, do General Grand Chapter of Royal Arch Masons International, procurou esclarecer, com franqueza e dentro de suas limitações, as dúvidas naturais que tudo que é novo suscita. Bem, novo aqui entre nós, porque o Rito de York (que já esteve antes aqui no Brasil) é praticado por dois entre cada três Maçons no mundo. E há mais tempo do que qualquer outro.

Com este evento memorável, foram esclarecidas, assim, as razões de um erro perpetuado entre nós por tanto tempo e com sanção oficial. Esta história é contada, com muito bom humor, no pequeno livro ilustrado do Irm. João Guilherme, apropriadamente intitulado “Cada Coisa tem Seu Nome”...

No qual nós do Blog aproveitamos para divulgar este fantástico trabalho:




Mais de um século depois, graças aos Maçons do Real Arco
brasileiro, está esclarecida a confusão que batizou o Rito Inglês,
criado em 1813, que nunca teve nome, com um sobrenome
americano. Esta história está em Cada Coisa tem Seu Nome,
explicada com gráficos e ilustrações. Não perca!

Promoção de lançamento: Livro+CD 7 por apenas R$ 55,00

Você pode comprar pelo site www.artedaleitura.com.br ou direto com
a Marcia, pelo telefone (21) 2293-2791 ou marcia.infyarte@yahoo.com.br

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Qual a Acácia de mim conhecida?

Loja Ocidente - Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa - Qual a Acácia de mim conhecida?
Ilustração WIKIPEDIA, enciclopédia livre.

A iniciática Lenda de Hiram, do ponto de vista do simbolismo maçónico, apresenta-se como um complexo sígnico, esotérico, onde os significantes adquirem ocultos significados ao longo da viagem espiritual empreendida pelo neófito em busca de referentes longínquos.

Jules Boucher, dá-nos um ponto de partida (…) Pretende-se que essa lenda, a de Hiram, tenha sido inventada em 1725, porque nenhum documento a menciona anteriormente sob a forma em que a conhecemos. (…). No entanto, nada obsta que na origem desta lenda estejam antigos rituais de iniciação transmitidos oralmente. No labirinto das lendas por vezes encontram-se pontas, indícios que nos conduzem a evidências num passado longínquo, antigas tribos egípcias e árabes usavam a acácia em cerimónias fúnebres e iniciáticas. Seguindo o fio de Ariadne na Lenda de Hiram, encontramos o local geográfico dos acontecimentos, o Médio Oriente. Encontramos também o tempo da lenda, o decorrer da construção do Templo de Salomão.

Esta prancha surge pela diversidade de referentes relativos à acácia Maçónica e porque, citando ainda Joules Boucher, (…) Na Maçonaria, o símbolo é constante e latente em todas as suas partes. É preciso, portanto, penetrar pacientemente no seu significado. (…)

Rumando por estreitos caminhos significantes, deparei na Lenda com um ramo de árvore sobre o lugar onde haviam ocultado com terra o corpo de Hiram, a acácia fora a planta escolhida pelos três assassinos, fora usada na Lenda como um sinal, marcando um lugar prístino cujo significado se encontra nos mistérios da Maçonaria. A acácia é um símbolo que assinala a descida de um corpo à terra, tal como a semente desce à escuridão para sofrer o ataque dos elementos, a podridão. A matéria que se decompõe nas trevas, fica ao mesmo tempo prenhe dos filhos que irão renascer para a luz. A acácia Maçónica simboliza uma metáfora da vida, o espírito de Hiram que renasce em cada maçom, tal como a semente que germina e frutifica. Uma sucessão de morte e renascimento simbolizados na acácia, o percurso da Humanidade no ser que emergiu das profundezas até à superfície, o solo de onde se ergueu assumindo a vertical, elevando a cabeça e o espírito na direcção da Luz.

Relativamente ao referente da acácia simbólica, J. Boucher é de opinião que, (…) A Maçonaria no Ritual de Mestre deve utilizar a acácia, impropriamente chamada de “mimosa”, e não a robinier, que não é uma acácia. (…). Diz ainda sobre o referente deste signo, (…) a simbólica das flores faz da “mimosa” o emblema da “segurança”; isto é, num sentido mais amplo, da “certeza”. Certeza de que a morte simbólica de Hiram (…) anuncia não uma destruição total do Ser, mas uma renovação, uma metamorfose. (…)

As duas acácias referidas por J.B., só foram conhecidas depois do século XVI, época dos descobrimentos europeus. A Robinier (falsa acácia ou pseudo acácia) é oriunda do Norte do continente americano e a acácia Dealbata (acácia mimosa) oriunda da Austrália, sendo as mais utilizadas como referentes na representação gráfica da acácia Maçónica. A meu ver, nem a acácia Robinier, nem a acácia Dealbata se apresentam em consonância com a lenda.

O Médio Oriente é o local de origem de uma outra acácia, a Nilótica, também conhecida por acácia do Egipto, árvore da goma-arábica ou ainda pelo seu nome Árabe, Houza ou Aluzzá. A sua madeira, dada como imputrescível, está referenciada em textos antigos como sendo o material eleito para a produção de objectos sagrados. Outrora, algumas tribos do Médio Oriente consagraram-lhe um culto religioso, além de outras referências quanto à sua utilidade em antigas indústrias e na saúde. Esta acácia do Egipto, a Nilótica, pelo seu envolvimento na cultura de antigas civilizações do Mediterrâneo Oriental, parece ser a mais consistente com o espaço e tempo descritos na lenda.

Robinier, Dealbata, Nilótica ou outra, a qual delas consagrarei a morte e o renascimento? Não me parece que a espécie de acácia possa interferir no significante ou no significado ritual que tem na Maçonaria. Mas relativamente ao referente, a acácia a partir do qual se constrói a ideia, não será possível afirmar o mesmo. Sobre símbolo e referente, ocorre-me ao pensamento a Índia do século XVI, onde Garcia de Orta, por observação local, sensorial, descreveu no seu livro Colóquios dos Simples e Drogas e Cousas da Índia, muitas plantas que até ali eram representadas, de forma mais imaginária que real, nos antigos manuais de medicina Gregos e Latinos.

A (…) diferença entre bem sabido (ver) e mal sabido (ouvir dizer). (…) fomentado por este cientista, [*], alterou o conhecimento e o saber no período do Renascimento. Por outro lado e numa outra perspectiva, existem signos, símbolos do imaginário da cultura ocidental, dos quais se reconhece o significante e o significado sem que seja importante a existência física do referente. Como exemplo podemos observar o que se passa com o signo, sereia; um significante que a maioria das pessoas reconhece. Do seu significado também se dirá o mesmo, mas ninguém poderá dizer que viu o referente da sereia. Relativamente à imaginada lenda de Hiram, onde existe a planta sagrada da Maçonaria, haverá certamente um referente, a acácia mais plausível.

Às voltas com o puzzle simbólico da Lenda, acabo por encontrar na acácia Nilótica particularidades esotéricas, convergentes com a filosofia Maçónica; a sua madeira é tida como imputrescível, tal como se deverá apresentar o espírito Maçónico, ou ainda uma outra particularidade, comum a outras acácias, a folhagem abre-se com a luz e fecha-se com a escuridão, também no percurso do neófito Maçom, este procura a Luz e recusa as trevas. Como nas palavras de António Arnaut, (…) descobrir o oculto, a outra face, através de signos cuja compreensão está no mais íntimo de nós. (…)

Estão disponíveis, em livro e na net, textos antigos e modernos, sagrados e profanos que falam sobre a acácia, quase sempre de forma genérica, atribuindo-lhe inúmeras particularidades muitas das quais relativas a culturas e religiões antigas. Na literatura Maçónica, por mim consultada, encontrei estas particularidades muitas vezes coladas à acácia Mimosa ou, à Robinier, esta última muito representada, nos aventais e faixas Maçónicas, por dois ramos de falsa acácia estilizados. A indefinição que encontrei quanto à espécie da planta alimenta a ideia generalista que temos deste símbolo Maçónico, a nossa Árvore Sagrada. Existem várias centenas de espécies de acácia, oriundas de várias partes do mundo, com muito em comum e substanciais diferenças entre si. Dada esta diversidade, seria legítimo “dar-se o seu a seu dono”. Será a Nilótica, a “acácia verdadeira”?

Definir a acácia exotérica, no mundo virtual da Lenda de Hiram, é contribuir para o conteúdo da acácia esotérica nos mistérios da Maçonaria. A minha intuição leva-me a crer que a acácia verdadeira seja do Médio Oriente, e neste caso a acácia Nilótica. Mas, uma observação física, presencial e sensitiva, de um exemplar desta espécie serviria para confirmar, ou não, esta minha intuição.
No Jardim Municipal de Serpa, procurando um pouco de sombra e frescura numa tarde soalheira, encontrei-me frente a uma falsa acácia, a Robinier. Nas dunas da Costa da Caparica, procurando um pouco de Sol, encontrei duas espécies de acácia, posteriormente irei tentar identificá-las. Em Lisboa, desloquei-me ao Jardim Botânico. Informaram-me que ali não existia esse espécime de planta, o que vim a confirmar pelo Guia do Jardim Botânico da F. C. L. Envolto na diversidade botânica do Jardim, vi outras acácias. Imóvel como as árvores, desfrutei da sombra e do silêncio levemente interrompido pelo rumor da cidade.

Prosseguindo a minha busca, procurando pistas que me direccionem até à árvore da goma-arábica, a Nilótica, fui ao Jardim Museu Agrícola Tropical. Consultei o Guia de espécies Botânicas disponibilizado para informação ao visitante, constatei que a planta motivo da minha busca não existia naquele espaço verde. Tal como acontecera anteriormente, vagueei pelo jardim e encontrei outras acácias. Mesmo sendo um leigo em matéria de botânica, visualmente começo a constatar algumas diferenças na folhagem das acácias, nas vagens e no tronco.

Alimentei a expectativa de ser o Jardim Garcia de Horta, o local para um possível encontro com a Houza, a acácia Nilótica. No entanto, para meu desconsolo, nas placas informativas sobre as plantas deste Jardim não a encontrei. Andei por ali à toa, aumentei o número de espécies de acácia fotografadas. Comecei a concluir que não me seria fácil o encontro.

Se calhar irá passar muito tempo até me ver frente a frente com uma acácia Nilótica, sentir o seu odor, a forma e a cor, além da percepção táctil. Por agora, sinto a leve impressão de ter chegado ao ponto onde iniciei esta prancha.

Carlos Capelas M:. M:.
Maio de 2008

Bibliografia:

António Arnaut, Introdução à Maçonaria
A. H. Oliveira Marques, Dicionário de Maçonaria Portuguesa
Gerard Encausse, O que deve saber um Mestre Maçom
José Castellani, Dicionário de Termos Maçónicos
Jules Boucher, A Simbólica Maçónica.
[*] Luís Filipe Barreto, Descobrimentos e Renascimento
Pisani Burnay, Colecção Maçónica.
Rizzardo da Camino, Dicionário Maçónico
Umberto Eco, O Signo.

A Tolerância Maçónica


José Ortega y Gasset dizia que desconfiava do respeito de um homem para com o seu amigo ou para com a sua bandeira quando o mesmo não era capaz de respeitar o seu inimigo ou a bandeira deste.

O respeito pelo próximo (ainda que o próximo esteja tão distante que o consideremos nosso inimigo), é a "substância" de um valor que nós Maçons muito prezamos, o da Tolerância.

Noutra perspectiva, Fernando Teixeira, 1.º Grão Mestre da GLRP, dizia que a Tolerância acaba onde começa a estupidez.

As opiniões de Ortega y Gasset e de Fernando Teixeira são aparentemente contraditórias, desde logo porque respeitar o inimigo e a sua bandeira, para a maioria das pessoas, seria só por si um acto de estupidez.

Mas, ultrapassado que esteja este primeiro nível de abordagem, a aparente incompatibilidade das duas posições aumenta dado que Ortega y Gasset sugere o respeito ao outro mesmo que nos queira mal e Fernando Teixeira parece excluir do âmbito da Tolerância a estupidez, ainda que o estúpido nos queira bem.

Se mesmo em cenário de guerra deve ser respeitada a dignidade de um inimigo, capaz de nos tirar a vida, será que esse mesmo dever cessará perante o estúpido que não sabe o que diz, de tal modo que o possamos desrespeitar?

Parece-me óbvio que não.

O respeito pelo próximo é, na sua expressão mais básica, um dever de respeito pela diferença.

É a inevitável circunstância de todos sermos diferentes e o correspondente direito de o sermos que nos faz iguais. Nas diferenças de cada um reside a sua identidade. Eliminar o direito à diferença seria eliminar o direito à identidade.

O trabalho do Iniciado deve partir desse respeito pelos outros e pelo direito à diferença de opinião. Se há algum julgamento a fazer é o do iniciado a si próprio, de acordo com a máxima "conhece-te a ti mesmo" (adoptada por Sócrates e cuja autoria se atribui a Tales de Mileto).

A Tolerância, porque se trata de um dever e valor da Maçonaria, apenas incide sobre os que, fazendo parte da Ordem Maçónica, praticam a Arte, i.e., os Maçons.

O Maçon pauta a sua conduta por princípios maçónicos, não em função da conduta dos outros. A sua actuação é causal e não um mero efeito; é acção e não reacção.

Nisto consiste "o exemplo activo do seu comportamento viril, digno e são" e "a arte de conservar em todas as circunstâncias a calma e o equilíbrio indispensáveis a um perfeito controlo de si próprio" (11.º e 12.º Landmarks).

Tal como o cubo é cúbico, a conduta do Maçon deve ser maçónica. Quaisquer limites aos princípios e valores maçónicos dizem apenas respeito ao próprio Maçon.

Nestes termos, o limite da Tolerância a que se referia Fernando Teixeira não é o da estupidez dos outros mas, antes, o da estupidez em que incorre o próprio Maçon se tudo tolerar.

O Maçon, perante a estupidez alheia, não deve responder à letra a quem não está em condições de controlar o que lhe passa pelo espírito. Quaisquer que sejam os limites da Tolerância - e outros há como o fanatismo, a tirania, a ignorância, etc... - eles não consentem ao Maçon margem para ele próprio actuar como um fanático, um ignorante ou um tirano ...

Se ao fim de algumas tentativas não conseguirmos abrir uma porta porque a chave não se adequa à fechadura, o melhor será mudarmos de chave.

Pouco inteligente seria insistir na mesma chave ou, por exemplo, optar por pontapear e insultar a porta. Para além de não resolvermos o problema, seríamos tão ou mais estúpidos do que a própria porta.

O Maçon busca a Virtude sem necessidade de humilhar alguém.

Por isso, perante a estupidez alheia, ao Maçon bastará mudar. Ou de conversa ou de interlocutor ...

Da Iniciação: Ruptura, Despertar e Absoluto

“A Filosofia sem Iniciação não conduz a nada,

A Iniciação sem Filosofia conduz à estupidez.”
Ibn Arabi

A Iniciação é Ruptura

Sem Ruptura não há Iniciação. Quando há Iniciação sem Ruptura, não é Iniciação, é uma concepção mental da mesma.

Ruptura com o nosso ego – que mais não é do que um eu ilusório, um falso eu, no qual procuramos uma cómoda e irrealista sensação de segurança no sempre mutável mundo da manifestação.

O ego é tão frágil quanto a concepção meramente racionalista e mental da Realidade. O ego é um guardião do umbral, nele se projectam todos os nossos piores receios. É verdadeiramente o nosso pior e único inimigo real. É um obstáculo à Iniciação, mas pode também ser um impulsionador da mesma. Para tal, o ego deve ser considerado como aquilo que é, nem mais, nem menos. Ele pode ser um excelente servo, mas quantas vezes é um terrível senhor!…

O ego tem medo de perder algo. E quanto mais tenta prender com as suas garras aquilo que não pode ser preso, tudo lhe foge.

O eu não tem medo de perder o que quer que seja. Em primeiro lugar, porque nada lhe pertence. Em segundo, porque é tudo.

A Iniciação que é conferida ritualmente numa Ordem Iniciática autêntica transmite uma semente àquele que busca. Porém, assim como um terreno deve ser fértil e estar lavrado para abraçar e fazer crescer essa semente, o iniciável deve romper com o passado, romper com as falsas concepções que tem acerca de si próprio, romper com tudo aquilo que não é verdadeiro. Só quando deixar de pensar a Iniciação é que se tornará naquilo que já era mas não sabia, um Iniciado. É preciso ir para além de pensar a Iniciação. É preciso vivê-la, senti-la e pressenti-la. Por melhor que seja a semente, quando esta é plantada num mau solo, ou quando não é regada, ela jamais crescerá. Será uma semente morta, inútil, desperdiçada. Por isso existe o adágio místico: “Muitos são os chamados, pouco são os escolhidos.”

Receber a semente é o mais fácil. É no preparar o solo e no cuidar da semente que está a chave da realização da Grande Obra. E aí percebemos que a semente nunca nos foi verdadeiramente “dada”, ela já existia em nós, mas estava adormecida.

Na Iniciação, a transmissão é 1% do trabalho, a inspiração é também 1%. Os outros 98% são transpiração. Iniciação sem transpiração é teatro. Iniciação sem transpiração é não-vivência da mesma.

Por isso, bem mais importante do que o grau recebido numa iniciação, é trabalharmos no nosso laboratório-oratório interior para atingir o estado correspondente a esse mesmo grau. Porque, para quem o recebe ou transmite, o grau não implica ter atingido esse estado. O estado não se transmite, conquista-se.

A Iniciação é o Despertar

Enquanto não despertarmos somos homens da torrente, seres adormecidos, inconscientes da sua verdadeira condição.

Aquele que Desperta nasce para uma nova realidade. Ele não nega o “Jogo do Mundo”, conhecido entre os hindus como “Lyla”, o mundo da manifestação visível e da aparência, de natureza fenoménica, fruto do mundo real e invisível, do incriado, de natureza numénica.

Não negando o Jogo do Mundo, aquele que Desperta aceita-o, porque sabe que faz parte da Máquina do Mundo. Mas aceita-o sem o tomar pela realidade. Aceita-o como ilusão. Ele está no mundo, mas não é do mundo, porém, vive no mundo. A sua pátria verdadeira é a das estrelas.

Aquele que Desperta reconhece o mundo que vive como um sonho.
Aquele que Desperta reconhece o mundo que sonha como uma realidade.
Aquele que Desperta, acorda e, assim, tudo lhe é revelado. Pois tudo está em si e Ele é tudo.

Ele é Aquele que É.

A Iniciação é o Absoluto

A Iniciação está para além de quaisquer palavras. O segredo da sua eficácia apenas diz respeito àquele que a vive. Querer defini-la é negá-la.

As técnicas iniciáticas e as ordens iniciáticas devem conduzir o iniciado à Via. Quando não o fazem, não são iniciáticas, são estruturas temporais. A iniciação não é confinável ao mundo da temporalidade. O seu reino é outro, inefável e intocável. A iniciação está para além do tempo e das concepções dos homens.

Sem o Silêncio não se chega ao Mistério.
Sem o Mistério não se chega à Iniciação.
Sem a Iniciação não se chega ao Absoluto.

O Absoluto é o abandono ao ser em si. É o não-fazer e o não-ser: a Não-Via.

A Não-Via não exclui as vias, antes integra-as, potencializando-as como facetas particulares da expressão do Real.

As nossas concepções da Realidade não passam disso mesmo, concepções. E, sendo nossas, nunca poderiam deixar de ser limitadas. Para abraçarmos o Absoluto temos de nos entregar, abandonando-nos ao Vazio. Aí nós somos aquilo que somos e não aquilo que pensamos que somos.

Vazio de mim, eu sou uma taça-receptáculo para o Divino, um Graal cujas facetas são a expressão do múltiplo que é uno.

Três Avisos:

Se eu recusar a iniciação, serei um eterno adormecido, presa da temível fatalidade.
Se, iniciado, eu recusar a ruptura, serei uma infeliz vítima do meu ego.
Se, tendo vivido a ruptura, a negar, mergulharei na noite negra da alma e no limbo dos mundos.

Três Luzes:

A Iniciação Leva à Ruptura
A Ruptura Provoca o Despertar
O Despertar Conduz ao Absoluto

Alexandre Gabriel