quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Maçonaria e Igreja vistas pelos que estudam o assunto



 Por José Mauricio Guimarães

No momento em que tanto se discute sobre Maçonaria e suas relações com as Igrejas e o Cristianismo, minha indicação, desta vez, é para os dois melhores livros publicados em português. O primeiro, que já indiquei noutra ocasião, é “Maçonaria e Igreja: conciliáveis ou inconciliáveis” do Padre Jesus Hortal, teólogo Jesuíta e Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Hortal fez doutorado de Filosofia em Roma e Direito Canônico na Universidade Gregoriana. Por que indico um padre? Porque a capacidade dele está acima de quaisquer preconceitos por parte dos medíocres. Hortal lecionou na Universidade Católica de Goiás, no Colégio Cristo Rei (Faculdade de Teologia) de São Leopoldo-RS, na UNISINOS, da mesma cidade, e na PUC de Porto Alegre. O livro “Maçonaria e Igreja: conciliáveis ou inconciliáveis” foi editado pela Paulus, em 1993, na série “Estudos da CNBB”, volume 66. É um pequeno volume no formato 12x18 com 87 páginas. Profundo, breve e fácil de ler – tríplice característica dos bons autores – o livro do padre Hortal aborda, com coragem, os efeitos da primeira reprovação oficial da Igreja Católica promulgada contra a Maçonaria: a bula do Papa Clemente XII “In eminenti apostolatus specula”, de 28 de abril de 1738. Observem que, considerando a época, foi uma reação muito rápida do Vaticano, apenas 21 anos após a fundação da Grande Loja da Inglaterra em 1717. A sentença de Clemente XII, atenuada aqui e ali, prevalece nos dias de hoje em face da Declaração de 26 de Novembro de 1983, assinada pelo então Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Joseph Ratzinger, atual Papa Bento XVI. Polêmicas à parte, o melhor que podemos fazer é estudar o livro do padre Hortal que advoga e pondera sobre um POSSÍVEL e DESEJÁVEL diálogo entre as duas instituições – a Igreja Católica Romana e a Maçonaria.Os observadores superficiais que pretendem "dourar a pílula" e adocicar o problema fariam bom negócio se estudassem a questão de um ponto de vista desapaixonado e sério. Em 2010 a editora brasileira Madras traduziu do francês a  gigantesca obra de outro padre, José Antonio Ferrer Benimeli - também jesuíta - historiador considerado pelos próprios pesquisadores Maçons como "o maior conhecedor da historia da Maçonaria e suas imbricações com a Igreja Católica Romana". Trata-se do livro "Arquivos Secretos do Vaticano e a Franco-Maçonaria, História de uma Condenação Pontifícia" (ISBN:978-85-370-0288-9). O livro tem 672 páginas mais 160 no apêndice perfazendo 832 páginas redigidas com seriedade, isenção e caráter acadêmicos. Nem poderia ser de outro modo, pois Benimeli é profesor de História Contemporânea na Universidade de Zaragoza, diretor do Centro de Estudos Históricos sobre Maçonaria e acadêmico correspondiente da Real Academia de Historia. Para quem for incapaz de assimilar as teses do padre Hortal num livro de 83 páginas, o fôlego é capaz de acabar diante de Ferrer Benimeli, - não só pelo tamanho físico da obra como pelo arsenal de conhecimentos que o autor pressupõe de seus leitores. Entre nós ainda é mais cômodo contarmos "histórias da carochinha" antes de dormir do que encarar a verdade e os compromissos de frente. A reconciliação entre a Igreja e Maçonaria é possível e desejável; mas só acontecerá quando os Maçons se debruçarem sobre os estudos como fazem esses jesuítas há mais de 50 anos - com seriedade, espírito acadêmico e isenção. Não podemos tampar o sol com a peneira deixando aos amadores o ônus de uma "pesquisa" que requer, no mínimo, formação nos diversos campos da História, da Filosofia, da hermenêutica e do sentido religioso inerente a cada homem (Maçom ou não); faz-se necessária uma visão moderna (atualizada) da benemerência maçônica e do chamado "clero franco-maçom" (herança que não pode ser desconsiderada) e dos recentes documentos do Vaticano que estão vindo à tona. Da parte da Igreja Católica antevejo uma boa dose de boa-vontade e seriedade nesses estudos que, infelizmente, não encontram paralelo nem respaldo entre aqueles Maçons que se aventuram nesse campo desprovidos de documentação fidedigna ou respaldo nas especialidades das cátedras universitárias. Temos, é verdade, Maçons capazes para esse empreendimento, mesmo no Brasil. Mas tudo nos leva a crer que eles aguardam o momento certo para exporem suas teses e dialogar com as Igrejas. Aí sim, os obreiras da Ordem e os Fiéis do Cristianismo encontrarão o "elo perdido" dessa história que ambos erigiram no passado. Não obstante, e enquanto aguardamos esses interlocutores da Ordem Maçônica - dispostos e PREPARADOS para um debate CONSTRUTIVO, permanecerá a antiga posição de Joseph Ratzinger  (atual Papa Bento XVI) quando ele presidia a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé: "não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas."



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Para não esquecer - Felisberto S. Rodrigues, M.I. M.R.A

Publicado na revista maçônica “Engenho & Arte” n° 10 de
outubro de 2002, editor João Guilherme C. Ribeiro.
 

O Irmão Harry Mendoza, Past Master da Loja  Quatuor Coronatunº 2076, a primeira Loja de pesquisas do mundo, escreveu um livro precioso em 1995, chamado Serendipity(1).
Toda vez que o folheio, lembro-me do  Felisberto,principalmente por causa do queos editores escreveram na apresentação do livro: “Quase todas as Lojas Maçônicas no mundo têm um nome e um número. Na Inglaterra, há aproximadamente 9.000 Lojas, além de 3.300 Capítulos do Arco Real.
A intenção deste livro era descobrir as origens da identidade das Lojas através de seus estandartes. Entretanto, tornou-se logo evidente que, em muitos casos, o emblema do estandarte era o mesmo que aparecia na insígnia usada pela Loja, que também aparecia nos Chamamentos(2)e nos alfinetes de lapelados seus Past Masters.(3)
Muitas Lojas têm uma divisa, a grande maioria em Latim, mas algumas também em francês e galês. Algumas têm conotação óbvia com o nome da pessoa ou organização que deu nome à Loja, enquanto outras são bem mais intrigantes. Assim, aquilo que havia começado como um livro sobre estandartes de Lojas tornou-se um de descobertas e tesouros insuspeitados. O título, Serendipity, espelha o que o leitor sentirá ao mergulhar neste livro – alegria das descobertas inesperadas.” Assim era o Felisberto, sempre descobrindo fatos e coisas. E dividindo com os Irmãos, como era bem de seu jeito. Há quase dez anos atrás, na plenitude de seu entusiasmo, fuçando que encontrava sobre Maçonaria, nosso Felisbertonão se detinha diante de qualquer obstáculo. Se estivesse em português, ele ira confrontar para tirar suas próprias conclusões. Se estivesse em idioma estrangeiro, espanhol, italiano ou francês, lá ia ele pacientemente fazendo sua tradução, anotando minuciosamente os termos mais complexos.
Um dia, ele apareceu com o artigo que se segue, que aqui reproduzimos para fazer justiça aos perseguidos e sacrificados Maçons alemães. Na revista  Gênesis, editada pela  Grande Logia de Espana(http://www.granlogia.info/pagina/index2.htm), havia uma história tão interessante que resolvi trazer para vocês, traduzida livremente e acrescentada de alguns comentários necessários. Aqui vai:
No início de 1934, logo após a ascensão de Adolf Hitler`ao poder, ficou claro que a maçonaria alemã corria o risco de desaparecer. E breve, a maçonaria alemã, que conhecera dias gloriosos e que tivera, em suas colunas, os mais ilustres filhos da pátria alemã, com Goethe, Schillere Lessingn, veria esmagado o espírito da liberdade sob o pretexto de impor a ordem e uma estúpida supremacia racial.
Quanto retrocesso desde que Friedrich Wilhelm III, Rei da Prússia, em 1822, impediu que os esbirros reacionários da Santa Aliança de Metternich(4) fechassem as Lojas Maçônicas, declarando peremptoriamente que poderia descrever os Franco-Maçons prussianos, com toda a honestidade, como sendo os melhores dentre os seus súditos...(5)As Lojas alemãs, na terceira década do século XX, estavam jurisdicionadas a onze Grande Lojas, divididas em duas tendências. O primeiro grupo, de tendência humanista, seguindo os antigos costumes ingleses, tinha como base a tolerância, valorizando o candidato por seus méritos e não levando em consideração sua crença religiosa. Constava de sete Grandes Lojas, a saber: Grande Loja de Hamburgo; Grande Loja Nacional da Saxônia,em Dresden: Grande Loja do Sol, de Bayreuth; Grande Loja-Mãe da União Eclética dos Franco-Maçons, em Frankfurt;  Grande Loja Concórdia, em Darmstadt; Grande Loja Corrente Fraternal Alemã, em Leipzig; e, finalmente, a Grande Loja Simbólica da Alemanha. O segundo grupo consistia das três antigasLojas prussianas, que faziam a exigência de que os candidatos fossem cristãos. Havia ainda a Grande Loja União Maçônica do Sol Nascente, não considerada regular, mas que também tinha tendências humanistas e pacifistas. Voltando a 1934, a Grande Loja Alemã do Solse deu conta do grave perigo que iria enfrentar. Inevitavelmente, os maçons alemães estavam partindo para a clandestinidade, devido à radicalização política e ao nacionalismo exacerbado. Muitos
adormeceram e alguns romperam com a tradição, formando uma espúria Franco-Maçonaria Nacional Alemã Cristã, sem qualquer conexão com o restante da Franco-Maçonaria. Declaravam eles abandonarem a idéia da universalidade maçônica e rejeitar a ideologia pacifista, que consideravam como demonstração de fraqueza e como uma degeneração fisiológica contrária aos interesses do estado! Os maçons que persistiram em seus ideais precisaram encontrar um novo meio de identificação que não o óbvio Compasso & Esquadro, seguramente um risco de vida. Há uma pequenina flor azul que é conhecida, em muitos idiomas, pela mesma expressão: não-me-esqueças– o miosótis. Entenderam, nossos irmãos alemães, que esse novo emblema não atrairia a atenção dos nazistas, então a ponto de fechar-lhes as Lojas e confiscar-lhes as propriedades. O Miosótis ,Vergissmeinnicht, em alemão;  forget-me-not, em inglês;  forglemmigef em dinamarquês; ne m’oubliez pás, em francês; non-ti-scordar-di-me, em italiano; não-te-esqueças-de-mim, em português. Diz a lenda que Deusassim chamou a florzinha porque ela não conseguia recorda-se do próprio nome. O nome miosótis (Myosotis palustris) significa orelha de camundongo, por causa do formato das pétalas.
O folclore europeu atribui poderes mágicos ao miosótis, como o de abrir as portas invisíveis dos tesouros do mundo. O tamanho reduzido das flores parece sugerir que a humildade e a união estão acima dos interesses materiais, porque é notada principalmente quando, em conjunto, forma buquês no jardim. Segundo conta o irmão Mendoza, de acordo com uma velha tradição romântica alemã, o nome da flor está relacionado às últimas palavras de um cavaleiro errante que, ao tentar alcançar a flor para sua dama, caíra no rio, com sua pesada armadura e afogara-se. Outra história contada por ele diz que Adão, ao dar nomes às plantas do Jardim do Éden, não viu a pequena flor azul. Mais tarde, percorrendo o jardim para saber se os nomes tinham sido aceitos, chamou-as pelo nome. Elas curvaram-se cortesmente e sussurravam sua aprovação. Mas uma vozdelicada a seus pés perguntou:
“- E eu, Adão, qual o meu nome?” Impressionada com a beleza singela da flor e para compensar seu esquecimento, Adão falou:
“ – Como eu me esqueci de você antes, digo que vou chama-la de modo a nunca mais esquecê-la. Seu nome será não-te-esqueças-de-mim.” Através de todo o período negro do nazismo, a pequenina flor azul identificava um Irmão. Nas cidades e até mesmo nos campos de concentração, o miosótis adornava a lapela daqueles que se recusavam a permitir que a Luz se extinguisse.O miosótis como símbolo foi objeto de um interessante estudo do irmão David G. Boyd, no  Philaletesde abril de 1987. Ele conta, também, que muitos maçons recolheram e guardaram zelosamente jóias,paramentos e registros das Lojas, na esperança de dias melhores. O irmão Rudolf Martin Kaiser, VM da Loja Leopold zur Treue, de Karlsruhe, quebrou a jóia do Venerável Mestre em pequenos pedaços de tal
modo que não pudesse ser reconhecida pela infame Gestapo. Em 1945, o nazismo, com seu credo de ódio, preconceito e opressão, que exterminara, entre outros, também muitos maçons, era atirado no lixo da História. Nas fileiras vitoriosas que ajudaram a derrota-lo, estavam muitos maçons – ingleses,
americanos, franceses, dinamarqueses, tchecos, poloneses, australianos, canadenses, neozelandeses e brasileiros. De monarcas, presidentes e comandantes aos mais humildes pracinhas. Mas, entre os alemães, alguns velhos maçons também sobreviveram, seu sofrimento ajudando a redimir, de alguma forma,a memória da histeria coletiva nazista. Eles eram o penhor da consciência alemã,a demonstração de que a velha chama da civilização alemã continuara, embora com luz tênue, a brilhar durante a barbárie. Em 14 de junho de 1954, a Grande Loja O Sol(Zur Sonne) foi reaberta, em Bayreuth, sob um ilustre irmão o Dr. Theo Vogel, núcleo da Grande Loja Unida da Alemanha(VGLvD, AF&AM - http://freimaurer.org/vgl/index.htm). Nesse momento, o miosótis foi aprovado como emblema oficial daprimeira convenção anual, realizada por aqueles que conseguiram sobreviver aos anos amargos do obscurantismo. Nessa convenção, a flor foi adotada, oficialmente, como um emblema Maçônico, em honra àqueles valentes Irmãos que enfrentaram circunstâncias tão adversas. Certamente, na platéia, estava o Venerável Mestre da Loja Leopold ZurTreue, agora nº 151, ostentando orgulhoso sua jóia recuperada e reconstituída, suas emendas de solda constituindo-se num testemunho mudo e comovente da história. Finalmente, para coroar, quando Grão-Mestres de todo o mundo encontraram-se nos Estados Unidos, o Grão-Mestre da recém formada  Grande Loja Unida da
Alemanha (7) presenteou a todos os representantes das Grandes Jurisdições ali presente com um pequeno miosótis para colocar na lapela. O miosótis também é associado com as forças britânicas que serviram na Alemanha, em especial na região do Rio Reno, logo após a guerra. Há uma Loja, jurisdicionada à Grande Loja Unida da Inglaterra, a Forget-me-not Lodgenº 9035 (http://www.pglwilts.co.uk/page51.html), Ludgershall, Wiltshire, que adotou a flor como emblema. Foi formada especialmente para receber os militares ingleses que retornavam do serviço na Alemanha. Foi assim que essa mimosa florzinha azul, tão despretensiosa, transformou-se num significativo emblema da Fraternidade – talvez hoje o mais usado pelos maçons alemães. Ainda hoje, na maioria das Lojas germânicas, o alfinete de lapela com o miosótis é dado aos novos Mestres, ocasião em que se explica o seu significado para que se perpetue uma história de honra e amorfrente à adversidade, um exemplo para as futuras gerações Maçônicas de todas as nações.
Notas:
1)Harry Mendoza, Serendipity, Lewis Masonic & Q.C.C. Sales London, 1995.
2)No Brasil, acostumados às sessões semanais, muitos de nós desconhecem um antigo costume das Lojas Maçônicas dos países saxônicos, onde as reuniões são bem mais espaçadas. Desde os primórdios , os Irmãos eram avisados do próximo encontro por uma convocação, ou Summons, em inglês, alguns até muito elaborados. Entre nós, brasileiros, as Lojas tinham também seu mensageiro, muitas vezes um garoto adotado pela Loja, que ia de porta em porta avisar os Maçons do dia e hora das sessões. Aqui no Rio de Janeiro, em 1992, a Loja York reviveu essa prática. Da mesma forma, os Capítulos do Real Arco americano adotaram essa tradição em todo o Brasil, usando o Chamado ou Chamamento com muito sucesso.
3)Os Past Masters ingleses têm o direito de usar na lapela, nas Sessões Maçônicas, uma jóia exclusiva de sua honrosa posição.
4)KlemensWenzel Nepomuk Lothar, Príncipe de Metternich(1773-1859) foi a mais poderosa influência conservadora na Europa, após a queda de Napoleão I, em 1815. Querendo fazer voltar para trás os ponteiros do relógio, Metternich suprimiu com tal rigor os movimentos liberais e nacionalistas europeus que acabou por precipitar as grandes revoltas de 1848.
5)Eugen Lennhoff, Die Freimaurer – The Freemasons, Lewis Masonic, edição em ingles, revisada, 1994.
6)O uso do miosótis como identificação secreta pelos Maçons alemães foi contestado no Square Magazinede setembro de 1988 pelo irmão Cyril Batham, Past Masterda Loja Quatuor Coronatinº 2076, mas, em que pese toda a autoridade do irmão Batham, ele apenas negou a autenticidade da história, sem,entretanto, apresentar os motivos da negativa. Além disso, há anos que a casa Ian Alan Regalia, especializada em paramentos maçônicos, exibe o miosótis em gravatas, alfinetes de lapela e pendantis, em prata, ouro e bijuteria. Por que o fariam, se o miosótis não fosse importante?
7)Na formação da Grande Loja unida da Alemanhaaparecem 3 das Grandes Lojas existentes antes da II Guerra Mundial: Grande Loja do Sol, em Bayreuth; Grande Loja de Hamburgo; Grande Loja de Hesse, em Frankfurt (antiga União Eclética); Grande Loja de Bremen; Grande Loja Unidade,em Baden-Baden; Grande Loja Nacional de Niedercachse, em Hanover;Grande Loja Nacional de Nordrhein-Westfalen, em Dusseldorf; Grande Loja Nacional de Schleswing-Holstein, em Luberck; e  Grande Loja de Wurttemberg-Baden, em Stuttgart. De acordo com o Listo f Lodges, em 2001 contava com 14.000 irmãos distribuídos em 490 Lojas.

Os Canhões da Maçonaria -Kurt Prober

 
  CANHÃO? ... Não é nada do que o leitor profano pensa... É este o nome dado pelos maçons aos “copos especiais” usados em seus banquetes festivos, e nas “CeiasMísticas Capitulares”, e para que se tenha, desde logo, uma idéia do que se trata, vão aqui reproduzidas..... Revelaram as pesquisas do Irmão Douglas Ash, feitas em seu livro “English Drinking Glasses ande Decanters – 1680-1830” publicado em Londres, que, os “Canhões Maçônicos” começaram a surgir depois de 1730, recebendo o apelido de “FIRING GLASSES” (Copos para dar tiro). Desde logo se destacaram dos copos comuns de vinho, pelo seu formato sui-generis, mais do que pelo seu posterior acabamento primoroso, que com o correr dos tempos foi produzindo verdadeiras obras de arte de lapidação. A principio raramente eram maiores do que 4 polegadas (100mm) de altura, tendo um pé maciço, sendo o corpo afunilado e com as paredes grossas, e tendo o pé mais tarde o formato de uma cebola. Para o uso era preciso um copo reforçado, cujo pé resistisse às repetidas, e muitas vezes bem “animadas” batidas, dadas nas diversas “saúdes”. O conteúdo era mais ou menos o de um copo de vinho comum. O nome “canhão”, em alemão “kanone”, foi derivado das “batidas surdas” parecendo tiros. O vinho branco ou tinto, ou ainda os licores tomados destes copos recebeu o nome de “PÓLVORA FORTE”, e o “ato de beber” passou a ser chamado de “... FAZER FOGO...” Para evitar excessos de “animação”,em muitos quadros se tornou usual que, quem partisse o seu copo ao dar as batidas de saúde, seria obrigado a pagar todas as despesas da ceia. Cada Irmão tinha o seu copo pessoal. As atas de uma Loja de YORKSHIRE (Inglaterra) até consignam a punição: “O Irmão que quebrar o seu canhão é obrigado a pagar 1 SHILLING de multa”. Como muitos maçons achavam de pouco conteúdo os canhões antigos, a partir de meados do século passado, em muitos casos o seu tamanho foi aumentando, e, quando a loja não permitia o uso de “canhões” maiores, então muitas vezes o vinho era tomado em copos normais, e usando-se os canhões apenas para dar as “salvas” ... Estes “canhões” são relacionados quase queexclusivamente com a Maçonaria, e por isso mesmo no comércio, eram negociados com maçons. Entretanto, outras Associações e Clubes de Canto também os usavam com freqüência, bastando só citar os “ANACREONITES” de Londres, cujos encontros eramna Taberna Coroa e Âncora e estes tinham até um “Hino próprio de seu clube” (TO ANACREON IN HEAVEN),cuja melodia, com novas e mais adequadas palavras, já no século 19 resultou no canto americano “THE SPRANGLED BANER” (A bandeira salpicada de Estrelas). De 1820 para cá, e ainda em nossos dias, estes canhões passaram a ser feitos dos mais finos cristais, e até domais legítimo “baccarat”, e lapidados com toda sorte de símbolos maçônicos, em lapidação plana, facetada e opaca. Ainda hoje, em muitas lojas da Europa estes canhões continuam sendo usados em lojas tradicionais, e modernamente no EUA., no Estado de Massachusetts, as “Lojas de Mesa” tem tido muita popularidade, e elas, com os seus rituais de banquete, com SETE SAÚDES, aumentaram o interesse pela história destes copos tradicionais. Aqui no Brasil, estes “canhões” eram importados lisos da Europa, e aqui lapidados pelos irmãos SPANGENBERG, alemães, exímios lapidadores de cristais, residentes em Petrópolis (RJ). Fonte: PROBER, Kurt – Boletim informativo da Loja Duque de Caxias nº 70, "O Aprendiz", São Vicente, SP - Fevereiro/1980.

 

Cronologia das Cruzadas (Fonte GLESP)

 
A expansão Árabe antes das Cruzadas (622-1089)
622. Maomé (570-632) é obrigado a sair de Meca, retirando-se para Medina (cidade do Profeta). Começo da Hégira (exílio), ponto de partida do calendário muçulmano (16 de Julho de 622).
630, 1 de Janeiro. Maomé regressa a Meca, após ter derrotado as forças de Meca e os seus aliados. A nova doutrina triunfa na Arábia.
632. Morte de Maomé em Medina. Abu Bakr é escolhido por aclamação como primeiro califa. Os falsos profetas são derrotados, e as tribos rebeldes derrotadas.
634 - 644. O califa Omar, o primeiro a usar o título de Amir al-Mu'minin (príncipe dos Fiéis), transforma o Estado nacional árabe num império teocrático internacional e estabelece uma administração militar. O chefe das tropas de ocupação transforma-se em governador civil, chefe religioso e juiz temporal.
634. Teodoro, irmão do imperador bizantino Heráclio, é derrotado em Ajnadayn, entre Gaza e Jerusalém, pelo exército árabe.
636. Derrota do exército bizantino em Yarmuk, ao sul do Lago Tiberíades.
638. O califa Omar apodera-se de Jerusalém. Conquista da Palestina e da Síria.
639-641. Conquista da Mesopotâmia, actual Iraque, pelos exércitos árabes.
642. Conquista do Egipto, negociada pelo patriarca de Alexandria. As condições acordadas garantiam a segurança de pessoas e bens, e a liberdade de culto para os cristãos. Fundação do Cairo (al-Fustât)
649. Conquista de Chipre.
655. Conquista de Cabul.
687. Começo da construção da mesquita de Omar em Jerusalém.
711. Invasão da Península Ibérica. Derrota de Rodrigo, último rei Visigodo de Espanha.
- Conquista da região do Indo (actual Paquistão e Afeganistão).
716 - 717. Cerco de Constantinopla
732. Batalha de Poitiers. Fim da expansão árabe na Europa.
747. Sublevação abássida no Kkorassan.
750. Derrota do último califa Omíada de Damasco na batalha do Grande Zab, na Pérsia revoltada pelos Chiitas.
750 - 1258. Dinastia Abássida (de Abbas, tio de Maomé), sedeada em Bagdade, cidade inteiramente nova construída nas margens do rio Tigre. Fundada por Abu al-Abbas.
755 - 1031. Emirado, e mais tarde Califado (929), Omíada de Córdova, na Península Ibérica. Fundado por Abd al-Rahman, fugido do massacre dos omíadas em Damasco.
c.800. Mercadores muçulmanos em Cantão. Fábrica de papel fundada em Bagdade.
809. Morte do califa Haroun al-Rachid, conhecido pelas Mil e Uma Noites. Apogeu do império árabe.
825. Ocupação da ilha de Creta pelos muçulmanos.
827. O Mu'tazilismo, escola do Islão clássico fortemente influenciada pelo racionalismo, é proclama doutrina oficial.
830. Primeiras peregrinações a Santiago de Compostela. Depois de se ter encontrado o túmulo em 813.
831. Conquista de Palermo, na Sicília, pelos Árabes
842. Conquista de Messina, na Sicília, e de Tarento, na Península Itálica, pelos Árabes
842 - 902. Conquista da Sicília pelos Árabes.
846. Incursão muçulmana em Roma.
857. Morre Muhâsibi, um dos primeiros mísiticos (Çufis).
864. Surge a doutrina do «encerramento das portas do raciocínio individual» em matéria de interpretação da Lei.
868-883. Revolta dos escravos negros (Zandj) no Baixo-Iraque.
869. Conquista árabe da ilha de Malta.
874. Nascimento do teólogo al-Ash'ari: conciliação do racionalismo mu'tazilita com o tradicionalismo sunnita.
875. Massacre dos comerciantes muçulmanos na China.
940 - 1258. O califado dos Abássidas deixa de ter qualquer importância política. Devido ás revoltas chiitas, e à incapacidade do califa, aparecem várias dinastias locais cujos príncipes tomam o título de califa.
960. Conversão ao Islão dos Turcos Qarakhânidas.
961. Reconquista de Creta pelos bizantinos.
962. Fundação da dinastia Ghaznévida, no Afeganistão, primeira dinastia turca no mundo muçulmano. Existirá até 1186.
- Os Bizantinos retomam Alepo.
969. Os Fatimidas, dinastia aparecida no Norte de África por volta de 910, apoderam-se do Egipto.
- Fundação do novo Cairo (al-Aâhira).
- Os Bizantinos voltam a ocupar Antioquia.
993. Nascimento de Ibn Hazm, poeta e teólogo andaluz: apologia da interpretação literal do Corão e da tradição.
996. Massacre de mercadores de Amalfi, porto no sul de Itália, no Cairo.
997. Incursão muçulmana contra S. Tiago de Compostela.
1009. O califa fatimida do Cairo, al-Hakim, manda destruir as igrejas de Jerusalém.
1017. Começo da pregação druza.
1019. Proclamação, pelo califado de Bagdade, de um credo de inspiração hanbalita, uma das quatro escolas do Islão sunnita, que se caracteriza pela sua atenção ao respeito da tradição corânica e profética. Uma 2.ª proclamação dá-se em 1042 e uma 3.ª em 1053.
1031. Fim do Califado de Córdova. As possesões muçulmanas da Península Ibérica são repartidas em principados (tawa'if), conhecidos por Taifas.
1035. Peregrinação a Jerusalém de Roberto, o Diabo (ou o Magnífico), duque da Normandia.
1036. Muçulmanos e Bizantinos concordam em reconstruir as igrejas cristãs de Jerusalém.
1040. Vitória dos Turcos Seljúcidas sobre os Ghaznévidas em Dandanaqan.
1043. Miguel Cerulário torna-se patriarca de Jerusalém.
1054, 25 de Julho. Cisma entre Roma e Constantinopla. Miguel Cerulário, excomungado pelo papa Leão IX, excomunga todos os latinos.
1055. Os Turcos seljúcidas conquistam Bagdade.
1062. O papa Alexandre II concede o perdão dos pecados a quem combater os muçulmanos.
1063. Cruzada de cavaleiros borgonheses à Península Ibérica. O exército cruzado conquista a cidade de Barbastro, em 1064, após 4 meses de cerco.
1064. O arcebispo Gunther de Maiença e os bispos Guilherme de Utrecht e Otto de Ratisbona organizam uma peregrinação de 7.000 pessoas a Jerusalém.
1071, 19 de Agosto. os Bizantinos são derrotados pelos Turcos Seljucidas em Manzikert.
cerca de 1080. Mercadores de Amalfi fundam, perto do Santo Sepulcro, o hospital de São João de Jerusalém, para recolher os peregrinos pobres.
- Fundação da seita muçulmana dos Assassinos.
1081. Aleixo Comneno, imperador do Oriente.
1082. Devido à ajuda prestada contra os Normandos, Veneza obtêm o direito de comerciar em todo o Império Bizantino, sem pagar direitos alfandegários
1084. Antioquia cai nas mãos dos Turcos.
1085. Os Normandos dominam a Sicília.
- Conquista de Toledo por Afonso VI de Castela.
1086. Afonso VI de Castela é vencido na batalha de Sagrajar pelos berberes almorávidas, chamados à Península Ibérica pelos reis muçulmanos das Taifas, devido à conquista de Toledo.
1086 - 1090. Peregrinação à Terra Santa do conde de Flandres, Roberto de Frison.
1087. Cruzada francesa a Espanha, organizada por Urbano II, e dirigida por Raimundo de Saint-Gilles, conde de Toulouse e Eudes I, duque da Borgonha.
1090. Conquista de Malta pelos Normandos.
- Os «Assassinos» apoderam-se do castelo de Alamute, na Pérsia.
1092. Os «Assassinos» matam o vizir Nizam al-Mulk..
A Primeira Cruzada e os novos estados da Terra Santa, (1096 - 1099 - 1143)
1095, começos. Aleixo I Comneno, imperador bizantino, envia uma embaixada ao papa Urbano II, para lhe pedir ajuda.
1095, Primavera. O papa Urbano II inicia a sua viagem a França.
1095, 18 de Novembro. Abertura do Concílio de Clermont.
1095, 26 de Novembro. Urbano II lança o seu apelo à Cruzada.
1096, Abril. Partida da Cruzada popular dirigida por Pedro, o Eremita, e Gautier Sans Avoir. Massacres de judeus na Renânia.
1096, 6 de Julho. Concílio de Nimes: Urbano II confia a Raimundo de Saint-Gilles o comando de uma das expedições à Terra Santa.
1096, 1 de Agosto. A Cruzada popular chega a Constantinopla.
1096, Verão. Partida da Cruzada dos barões (Godofredo de Bulhão; Raimundo IV conde de Toulouse; Boemundo de Tarento; Estêvão conde de Blois; Tancredo de Hauteville e Roberto II conde da Flandres). O imperador alemão, Henrique IV, e o rei de França, Filipe I, estando excomungados, não puderam dirigir a Cruzada.
1096, 21 de Outubro. As tropas turcas e búlgaras do sultão de Niceia, Kilij Arslan, aniquilam a Cruzada popular na Anatólia. Pedro, o Eremita escapa ao massacre e foge para Constantinopla.
1096, 23 de Dezembro. Chegada de Godofredo de Bulhão a Constantinopla. O imperador de Bizâncio exige, e obtém, após muitas recusas, a promessa de restituição das terras e das cidades retomadas aos muçulmanos, e a aceitação da sua suserania sobre as novas conquistas.
1097, fim de Abril. O exército dos barões abandona Constantinopla, passando para a Ásia Menor.
1097, Maio. Tiro cai nas mãos dos Fatimidas do Egipto.
1097, Junho. Tomada de Niceia pelos cruzados, restituída a Bizâncio.
1097, 1 de Julho. Vitória franca contra o sultão turco de Iconium (Konya), em Dorileia.
1097, 13 de Setembro. Os cruzados dividem o exército em dois forças em Heracleia.
1097, 20 de Outubro. Chegada dos cruzados a Antioquia, e começo do cerco.
1097, 15 de Novembro. Balduíno de Bolonha abandona o campo dos cruzados e toma a direcção de Edessa, devido ao pedido de apoio do príncipe arménio da cidade.
1098, Fevereiro. Os Bizantinos abandonam o cerco de Antioquia. Balduíno chega a Edessa.
1098, Março. Balduíno de Bolonha proclama-se príncipe de Edessa, após a morte de Thoros, príncipe arménio, que lhe tinha pedido ajuda e o tinha adoptado. Funda assim o primeiro Estado Latino do Oriente.
1098, 3 de Junho. Tomada de Antioquia pelos Cruzados. Boemundo I de Tarento, chefe dos normandos da Itália meridional, recusa devolvê-la aos bizantinos e proclama-se príncipe de Antioquia.
1098, 4 de Junho. Os cruzados são cercados em Antioquia por um exército de socorro, comandado por Kerbogha, enviado pelo Sultanato seljúcida da Pérsia.
1098, 14 de Junho. Pedro Bartolomeu descobre a Santa Lança debaixo das lajes de uma igreja de Antioquia.
1098, 28 de Junho. Os cruzados de Antioquia derrotam as forças sitiantes muçulmanas.
1098, 26 de Agosto. Os Fatimidas ocupam Jerusalém.
1098,12 de Dezembro. Os cruzados apoderam-se de Maarat An Noman, na Siria. A população é massacrada e a cidade destruída.
1099, 13 de Janeiro. Os Francos retomam a sua marcha para Jerusalém.
1099, 2 de Fevereiro. O exército passa por Qal'at-al-Hosn, o futuro Krak dos Cavaleiros.
1099, 7 de Junho. O exército franco chega a Jerusalém.
1099, 13 de Junho. Primeiro assalto à cidade, sem qualquer preparação prévia, que falha.
1099, 10 de Julho. Assalto a Jerusalém. A muralha circundante é atravessada.
1099, 15 de Julho. Conquista de Jerusalém pelos cruzados. Massacre da população muçulmana e judia.
1099, 12 de Agosto. Os Francos derrotam os Egípcios em Ascalon, na costa mediterrânica, a norte de Gaza.
1099, 22 de Julho. Eleito rei de Jerusalém pelos barões, Godofredo de Bulhão só aceita o título de defensor do Santo Sepulcro.
1099, 1 de Agosto. Arnoul Malecorne, patriarca de Jerusalém. É substituído em 31 de Dezembro por Daimbert, bispo de Pisa, legado do papa.
1100. Acordo comercial entre Veneza e o Reino Franco de Jerusalém.
1100, 18 de Julho. Morte de Godofredo de Bulhão. Balduíno de Bolonha, irmão de Godofredo, príncipe de Edessa, é coroado primeiro rei de Jerusalém em Belém, no dia 25 de Dezembro.
1100-1101. Cruzadas de socorro. Cruzada lombarda (1) dirigida pelo arcebispo de Milão, Anselmo du Buis, Raimundo de Saint-Gilles, Estêvão-Henrique, conde de Blois, Estêvão, conde da Borgonha e o primeiro oficial do Santo Sepulcro, Conrado. Cruzadas de Nevers (2) e da Aquitânia (3). Nenhuma delas consegue atravessar a Ásia Menor, sendo sucessivamente vencidas por uma coligação dos diferentes potentados turcos da Anatólia.
1101, Março. Tancredo de Hauteville, um dos chefes da primeira Cruzada, abandona Jerusalém regressando ao Ocidente por Antioquia.
1101, 17 de Maio. Os Francos tomam Cesareia.
1102. Raimundo de Saint-Gilles toma Tortosa.
- Vitória de Balduíno em Ramla.
1103. Início do cerco de Trípoli pelos Francos.
1104, 7 de Maio. Derrota dos Francos em Harran: Balduíno du Bourg é feito prisioneiro. Paragem do avanço da Cruzada na Mesopotâmia, que se dirigia para Mossoul, no rio Tigre.
1104, 26 de Maio. Os cruzados tomam Acre com a ajuda de uma esquadra genovesa.
1105, 28 de Fevereiro. Raimundo de Saint-Gilles morre em Mont-Pèlerin, durante o cerco de Trípoli. É sucedido por Bertrand de Saint-Gilles.
1105-1113. Os «Assassinos» redobram de actividade.
1108. Conflito entre Tancredo e Balduíno du Bourg a propósito da restituição de Antioquia a este último.
1109, Julho. Trípoli cai na mão dos Francos. O conde Bertrand conquista finalmente a cidade de que é titular.
1110. Conquista do Castelo Branco (Safita) e do Krak dos Cavaleiros.
1111. Mawdud, emir ortoqida de Mossul, ataca os Francos, e massacra a população de Edessa quando esta se dirigia para a margem ocidental do rio Eufrates.
1113. Bula do papa Pascoal II reconhecendo oficialmente a ordem do Hospital de São João de Jerusalém.
1115. Conquista pelos francos do castelo de Shawbak (Montréal), a sul do Mar Morto.
1118. Morte do imperador Aleixo Comneno; a sua filha Ana começa a redacção da Alexíada.
1118, Abril. Morte de Balduíno I; sucede-lhe Balduíno du Bourg.
1119. Batalha de «Ager sanguinis» (do campo de sangue). O emir el Ghazi, de Diyarbakir aniquila o exército franco de Antioquia, pertp de Atareb.
1119-1120. Nove cavaleiros ocidentais fundam, em Jerusalém, a Milícia dos Pobres Cavaleiros de Cristo (Futura Ordem do Templo).
1123, 29 de Maio. Os Egípcios são derrotados em Ibelin pelo primeiro oficial do rei, Eustáquio Garnier, regente do reino durante o cativeiro de Balduíno II.
1124, 7 de Julho. Tomada de Tiro pelos cruzados.
1129, Janeiro. Concílio de Troyes: a Ordem do Templo é oficialmente reconhecida pelo papa Honório III.
1129, 18 de Junho. Zinki instala-se em Alepo; faz apelo à Jihad contra os Francos.
1131, 14 de Setembro. Morte de Balduíno II; Foulques V, de Anjou, rei de Jerusalém.
1135. O Hospital de São João de Jerusalém transforma-se em ordem militar.
1142. O Krak dos Cavaleiros é cedido aos Hospitalários de São João.
1143, 25 de Dezembro. Zinki, atabaque de Alepo e de Mossul, toma Edessa.
A Segunda Cruzada e o aparecimento de Saladino, (1147 - 1149 - 1189)
1145, 14 de Dezembro. O Papa Eugénio III proclama a 2.ª Cruzada.
1146, 31 de Março. Sermão de São Bernardo de Claraval na basílica de Vézelay, a pregar a Cruzada.
1146, 15 de Setembro. O atabaque de Alepo, Zinki é assassinado pelos seus pajens. O reino de Edessa é partilhado pelos seus dois filhos, Ghazi e Nur ed-Din.
1146, 27 de Outubro - 3 Novembro. Jocelino II reocupa Edessa.
1146, 25-27 de Dezembro. São Bernardo de Claraval ordena a Conrado III, imperador alemão, que dirija a cruzada.
1147. Partida do rei de França, Luís VII, e de Conrado III para a Palestina.
1147, 4 de Outubro. Luís VII chega a Constantinopla.
1147, 26 de Outubro. Os cruzados alemães, abandonados pelos bizantinos, são esmagados em Dorileia.
1148, Março. Luís VII desembarca em Antioquia.
1148, 23 de Julho. As tropas francesas, os sobreviventes da cruzada alemã e os cavaleiros da Terra Santa põem cerco a Damasco. Abandonam-no cinco dias depois, sem terem conseguido conquistar a cidade.
1149, Primavera. Luís VII e Conrado regressam a França. A Segunda Cruzada falha e o mito da invicibilidade dos Francos é destruído.
1149, 29 de Junho. Nur ed-Din derrota os francos em Ma'arra, e mata Raimundo de Poitiers.
1150. Perante a ameaça muçulmana, Balduíno III abandona Turbessel e outras fortalezas do Norte do reino de Jerusalém.
1153, 19 de Agosto. Os Francos tomam Ascalon, que lhes resistia desde a Primeira Cruzada.
1153, 20 de Agosto. São Bernardo morre no mosteiro cistercense de Claraval, de que era abade desde 1115.
1154. Nur ed-Din entra em Damasco.
1155. Ataque normando contra Alexandria, no Egipto.
1155-1156. Renaud de Châtillon, príncipe de Antioquia, põe Chipre a saque.
1158. Harim é retomada por Balduíno III.
1159. O Príncipe de Antioquia reconhece o Imperador Bizantino como seu suserano.
- Os Francos com a ajuda dos Bizantinos põem cerco a Alepo.
- Os Bizantinos fazem a paz com Nur ed-Din.
1162, 10 de Janeiro. Morte de Balduíno III. O seu sobrinho, Amaury I sobe ao trono de Jerusalém.
1164. Amaury I cerca Pelusa, mas tem que levantar o cerco porque Nur ed-Din retoma Harim.
1167. Amaury I, rei de Jerusalém, ocupa o Cairo.
1168. Expedição de Amaury I ao Egipto, que fracassa
- Nur ed-Din reocupa o Cairo.
1169. Saladino (Salah ed-Din), fundador da dinastia curda dos Ayyubidas, é nomeado vizir do Egipto por Nur ed-Din, califa de Damasco.
1170. Amaury I bate Nur ed-Din no Mar Morto e Saladino em Gaza.
1171. Saladino suprime o califado fatimida do Cairo. A divisão dos muçulmanos entre o califado de Damasco e o califado do Cairo desaparece.
1173. Saladino manda construir uma nhanqab (convento) no Cairo. Adopta o título de malik - rei - e ocupa o Alto Egipto e envia uma expedição ao Iémen.
1174, 15 de Maio. Morte de Nur ed-Din. Saladino apodera-se do poder na Síria.
- Morte de Amaury I. Começo do reinado de Balduíno IV.
1176. Os Turcos seljucidas do Rum aniquilam o exército bizantino do imperador Manuel Comneno em Myriocéfalo.
- Saladino começa a construção da grande cidadela do Cairo.
1177. Cruzada dirigida pelo conde da Flandres, Filipe da Alsácia.
1177, 25-26 de Novembro. Saladino é derrotado em Montgisard por Balduíno IV.
1179. Saladino ataca Tiro.
1180. Saladino e Balduíno IV assinam uma trégua.
1182, Agosto. Saladino ataca Nazaré e Tiberíade e tenta tomar Beirute para dividir em dois os Estados latinos.
- Massacre de Latinos em Constantinopla.
1183. Expedição de Renaud de Châtillon contra Medina. A expedição é aniquilada por Saladino, que se torna o grande vingador do Islão. A trégua de 1180 acaba.
1183-1184. Saladino ataca Alepo e devasta a Samaria e a Galileia.
1184. Advento de Abu Yusuf Ya'qub al-Mançur. Apogeu do império almóada..
1185. Assinatura de uma nova trégua de quatro anos entre Saladino e Balduíno IV.
1187. Guy de Lusignan torna-se rei de Jerusalém, depois do breve reinado de Balduíno V, impedindo a subida ao trono de Raimundo III de Tripoli, que se refugia em Tiberíade.
1187. Renaud de Châtillon ataca uma caravana que se dirigia para Meca, pondo fim à trégua acordada dois anos antes
1187, 4 de Julho. Desastre de Hattin, onde Guy de Lusignan é feito prisioneiro.
- Saladino volta a tomar Acre, Jafa, Cesareia, Sídon, Beirute e Ascalon.
1187, 20 de Setembro - 2 de Outubro. Cerco e tomada de Jerusalém pelos muçulmanos. O Santo Sepulcro é fechado e as mesquitas reabertas
A Terceira Cruzada (1189 - 1192 - 1197)
1187. O arcebispo de Tiro prega a Cruzada.
1188. Frederico Barba-Roxa, imperador alemão, Filipe Augusto, rei de França, e Ricardo Coração de Leão, rei de Inglaterra, organizam uma Cruzada a pedido do papa Gregório VIII.
1188, 1 de Janeiro. Saladino abandona o cerco de Tiro, defendido por Conrado de Montferrat, marquês piemontês.
1188. Saladino conquistou todo o território franco, tirando Tripoli, Tiro e Antioquia.
1189. Guy de Lusignan, antigo rei de Jerusalém, preso por Saladino, é liberto e cerca São João de Acre.
1189, Maio. Frederico Barba-Roxa parte para a Terra Santa.
1190. Fundação da Ordem Teutónica.
1190, 18 a 20 de Maio. Frederico conquista Konya, capital do sultanato turco da Ásia Menor.
1190, 10 de Junho. Frederico afoga-se nas águas do Selef na Cilícia.
1190. A Cruzada alemã dirigida por Frederico da Suábia, filho de Barba-Roxa, dirige-se para S. João de Acre.
1190, 4 de Julho. Filipe Augusto e Ricardo Coração de Leão partem de Vézelay para a Palestina, passando pela Sicília, onde se demorarão seis meses.
1191, 20 de Abril. Filipe Augusto desembarca em São João de Acre.
1191, 6 de Maio a 6 de Junho. Ricardo Coração de Leão conquista Chipre aos Bizantinos, e dirige-se em seguida para São João de Acre.
1191, 12 de Julho. São João de Acre é reconquistada.
1191, 2 de Agosto. Filipe Augusto, rei de França, regressa à Europa.
1191, 7 de Setembro. Ricardo derrota Saladino no palmar de Arsouf.
1192. Guy de Lusignan, antigo rei de Jerusalem, recebe de Ricardo Coração de Leão a ilha de Chipre, enquanto feudo.
1192, 28 de Abril. Assassínio de Conrado de Monferrat, senhor de Tiro, rei consorte de Jerusalém, por dois membros da seita dos Assassinos.
1192, Maio. Henrique II de Champagne casa com Isabel, viúva de Conrado de Monferrat, e torna-se rei de Jerusalém.
1192, 1 e 5 de Agosto. Batalha de Jafa: vitória de Ricardo Coração de Leão sobre Saladino.
1192, 2 de Setembro. Paz de Jafa entre Saladino e Ricardo Coração de Leão: trégua de três anos. Os muçulmanos mantêm-se em Jerusalém, mas permitem as peregrinações ao Santo Sepulcro. Os cruzados ocupam uma faixa contínua de território de Tiro a Jafa.
1193, 3 de Março. Morte de Saladino em Damasco.
1194. Amaury de Lusignan sucede a Guy de Lusignan no trono de Chipre.
1197, 10 de Setembro. Henrique II de Champagne, rei de Jerusalem, tendo morrido acidentalmente, Amaury de Lusignan, rei de Chipre, casa com a sua viúva e torna-se rei sob a designação de Amaury ll.
1197, 24 de Outubro. Amaury II reconquista Beirute aos muçulmanos e assina a paz com Melik-al-Adel, sultão do Egipto e irmão de Saladino.
A Quarta Cruzada
(1202 - 1204 - 1212)
1198. O Papa Inocêncio III proclama a 4.ª cruzada, que será pregada por Foulques de Neuilly e dirigida por Bonifácio I de Montferrat e Balduíno IX de Flandres.
1200, Verão. Os barões reunidos em Compiègne nomeiam seis representantes, entre os quais Godofredo de Villehardouin, para negociar com a República de Veneza o transporte dos cruzados até à Terra Santa.
1201, começos. Tratado entre os cruzados e a República de Veneza, para o transporte de 33.500 combatentes até à Palestina, por 85.000 marcos de prata.
1201, 24 de Maio. Thibaud III de Champagne morre. A 4.ª cruzada perde um dos seus principais chefes.
1201, Agosto. Bonifácio, marquês de Monferrat, é escolhido para comandante da expedição.
1202, Verão. Os cruzados chegam a Veneza. Os combatentes e o dinheiro não são suficientes para cumprir o tratado acordado no ano anterior. O doge veneziano Enrico Dándolo propõe a tomada da cidade de Zara, como pagamento do transporte dos cruzados.
1202, Novembro. Conquista e pilhagem de Zara na costa ocidental dos Balcãs, na Dalmácia.
1203, Janeiro. Os cruzados recebem uma embaixada de Aleixo Ange, filho do imperador bizantino destronado Isaac ll. Em nome daquele propõem aos cruzados que reponham o basileus no trono em troca de uma ajuda financeira e material para prosseguir a cruzada.
1203, 17 de Julho. Primeira conquista de Constantinopla. O Imperador Isaac ll é restaurado.
1203, 1 de Agosto. Aleixo Ange é proclamado imperador associado, com o nome de Aleixo IV, e pede aos cruzados que prolonguem a sua estadia por mais um ano, para fortalecer a sua posição.
1203-1204, Inverno. As relações entre Francos e Bizantinos degradam-se sensivelmente, devido à falta de cumprimento do prometido por Aleixo IV.
1204, Fevereiro. Assassínio de Aleixo IV, sendo o pai deste afastado. Aleixo Doukas «Murzuphle», faz-se proclamar imperador, mas também não cumpre as promessas feitas aos cruzados por Aleixo IV.
1204,12 de Abril. Segunda tomada de Constantinopla pelos Francos. Pilhagem da cidade e massacre da população.
1204, 9 de Maio. Balduíno IX da Flandres é eleito imperador do Oriente. Torna-se Balduíno I de Constantinopla, dando origem ao Império Latino do Oriente.
1205, Abril. Morte de Amaury ll, rei de Jerusalém. Maria, filha de Isabel e de Conrado de Montferrat torna-se rainha. Devido a só ter 14 anos, a regência é confiada ao seu tio João de Ibelin, senhor de Beirute.
1210, 14 de Setembro. João de Brienne casa com Maria de Monferrat, rainha de Jerusalém. A 3 de Outubro o casal é consagrado enquanto rei e rainha de Jerusalém na catedral de Tiro.
1212. Cruzada das crianças. Milhares de rapazes e raparigas embarcam em Marselha. Os armadores dirigem-nos para Alexandria onde são vendidos como escravos.
- Uma coligação de forças cristãs vindas de todos os estados hispânicos, derrota os muçulmanos na Batalha de Navas de Tolosa. O reino almóada da Hispânia, existente desde 1145, desaparece.
A Quinta Cruzada (1217-1221)
1215. Inocêncio III lança um novo apelo à cruzada durante o sermão de abertura do 4.° Concílio de Latrão. Será dirigida por João de Brienne, rei de Jerusalém e André II, rei da Húngria.
1216, Janeiro. Morte de Inocêncio III.
1217, Setembro. André II da Hungria e Leopoldo VI, duque da Áustria, desembarcam em Acre para apoiar as tropas reunidas por João de Brienne.
1217, Dezembro. Os Francos abandonam o cerco da fortaleza do monte Tabor.
1218, 29 de Maio. O exército de João de Brienne desembarca em Damieta.
1219. Primeira incursão dos Mongóis de Gengis-Khan contra territórios muçulmanos.
1219, Março. Os muçulmanos desmantelam as fortificações de Jerusalém.
1219, 5 de Novembro. Tomada de Damieta pelos cruzados. Fuga do sultão al-Kamil.
1220, 29 de Março. João de Brienne entra na Síria.
1221, fim de Junho. Pelágio, legado do Papa, decide conquistar o Cairo.
1221, 30 de Agosto. Derrota dos cristãos em Mansurá. Evacuação de Damieta.
A Sexta Cruzada (1228-1244)
1225, Novembro. O imperador Frederico II de Hohenstaufen casa com Isabel de Jerusalém. João de Brienne, o sogro, deverá ceder-lhe a coroa.
1227, 28 de Setembro. Gregório IX excomunga Frederico II, que tarda a partir para a cruzada.
1228, 4 de Maio. Morte de Isabel de Jerusalém. Frederico continua a administrar o reino em nome do seu filho e herdeiro, o futuro Conrado IV
1228, Julho. Frederico II desapossa João de Ibelin do reino de Chipre.
1228, 7 de Setembro. Frederico II desembarca em São João de Acre.
1228, Novembro. Início da fortificação de Jafa.
1229, 11 de Fevereiro. Conclusão do tratado de Jafa, entre al-Malik al-Kamil e Frederico II, com recuperação de Jerusalém, Nazaré e Belém.
1229, 18 de Março. O imperador é coroado rei de Jerusalém no Santo Sepulcro.
1229, 1 de Maio. Frederico II é expulso de Acre por uma turba popular.
1232. Ivan (João) Asen II, rei dos búlgaros, cortou com Roma e tornou a igreja búlgara independente.
1235. Aliança de João Asen com o imperador bizantino de Niceia contra os Francos.
1237, Junho. 120 cavaleiros cruzados são massacrados pelos Alepinos.
1238, Março. Morte do sultão al-Kamil.
1239, Julho. Fim da trégua assinada entre Frederico II e al-Kamil.
1239,1 de Setembro. Desembarque em Acre da expedição dirigida por Thibaud IV de Champagne.
1239, 13 de Novembro. Derrota dos cruzados em Gaza. Reconquista de Jerusalém pelos muçulmanos.
1240. Aliança do malik de Damasco com os Francos, com devolução de Beaufort e Safed aos Latinos.
1240, Outubro. Chegada a Acre da cruzada inglesa dirigida por Ricardo da Cornualha.
1241, 23 de Abril. Paz de Áscalon, com devolução da Galileia, Jerusalém e Belém aos Francos.
1244, 23 de Agosto. Tomada definitiva de Jerusalém pelos Turcos Kharezmianos, que pilham o Santo Sepulcro.
1244, 17 de Outubro. Desastre de La Forbie: os Kharezmianos aniquilam o exército franco composto essencialmente por Cavaleiros Templários, Hospitalários e Teutónicos.
1247. Os Turcos reocupam Tiberíades e Áscalon.
A Sétima Cruzada (1248-1250-1269)
1244, Dezembro. Luís IX de França, São Luís, decide partir em cruzada.
1245, Junho - Julho. Reunião do Concílio de Lyon, onde a nova cruzada é proclamada.
1248, 25 de Agosto. Os Franceses embarcam para a Cruzada. Chegaram a Chipre a 17 de Setembro, passando aí o Inverno.
1249, 5 de Junho. Luís IX desembarcam em Damieta, na costa mediterrânica do Egipto.
1249, 20 de Novembro. O exército cruzado dirige-se para o Sul em direcção ao Cairo.
1250, 12 de Fevereiro. Batalha de Mansurá. A vanguarda do exército é destruída, mas a vitória pertence aos cruzados.
1250, 5 de Abril. O exército cruzado começa a retirar para Damieta.
1250, 7 de Abril. Luís IX e o exército cruzado são feitos prisioneiros pelos Egípcios.
1250, 6 de Maio. Restituição de Damieta aos muçulmanos, por troca com o rei de França, Luís IX, sendo assinada uma trégua de dez anos.
1250 - 1254. O rei de França reorganiza a Palestina e a Síria.
1252. Luís IX estabelece uma aliança com os Mamelucos.
1254, 24 de Abril. Luís IX chega a França.
1258, Fevereiro. Os Mongóis tomam Bagdade. Extinção da dinastia dos Abássidas.
1260. Os Mongóis invadem Alepo, Damasco e Homs.
1260, Setembro. Tomada do poder pelo sultão mameluco Baibars. Governará até 1277.
1260, 3 de Setembro. Vitória dos Mamelucos sobre os Mongóis em Ain Jalud, depois de os Francos autorizarem os muçulmanos a atravessar os seus Estados para se colocarem na frente dos invasores tártaros.
1261, 25 de Julho. O exército grego do Império de Niceia, comandado por Aleixo Stragopulos, reconquista Constantinopla. O Império Latino do Oriente desaparece.
1265, 27 de Fevereiro. Tomada de Cesareia e Arsuf pelos Mamelucos.
1268. Os Francos perdem Jafa, Beaufort e Antioquia.
1269. Cruzada aragonesa dirigida pelos bastardos do rei de Aragão, Fernando Sanchez e Pedro Fernandez.
A Oitava Cruzada (1270)
1270, Março. Luís IX, São Luís, decide organizar uma nova cruzada.
1270, 2 de Julho. As tropas francesas deixam Aigues-Mortes.
1270,18 de Julho. Desembarque de Luís IX em Tunes, possivelmente por insistência de Carlos de Anjou, rei de Nápoles e da Sicília, irmão mais novo do rei de França. A peste dizima o exército cruzado.
1270, 25 de Agosto. Morte do rei.
1270, começo de Novembro. Afonso de Poitiers e as tropas francesas embarcam com intenção de se dirigirem à Síria.
1270, 15-16 de Novembro. A frota francesa é destruída por uma tempestade. A expedição não pode continuar caminho.
O Fim dos Estados Latinos no Oriente
1271. Cruzada inglesa dirigida por Eduardo Plantageneta, duque de Guyenne e futuro rei de Inglaterra, que continua a 8.ª Cruzada.
- Gregório X (1271-1276), cardeal Visconti, é eleito Papa. Terá três objectivos principais: pacificar a Itália, controlar o poder de Carlos de Anjou, rei de Napóles, e o da França e pacificar a Alemanha.
1271, 7 de Abril. Baibars, sultão mameluco do Egipto, apodera-se do Krak dos Cavaleiros. Os Cavaleiros Hospitalários que defendiam a fortaleza são conduzidos em direcção à costa.
1274. O Papa Gregório X prega a cruzada, no Concíçio de Lyon. Devido à sua morte o projecto é posto de parte.
1274 - 1275. Os Mamelucos saqueiam a Cilícia.
1277. Morte de Baibars.
- Carlos de Anjou declara-se pretendente à coroa de Jerusalém, ocupando São João de Acre.
1282. Henrique II de Chipre torna-se rei de Jerusalém.
1289, 27 de Abril. Os Mamelucos comandados pelo sultão Qalawun tomam Trípoli. A cidade é arrasada.
1291, 18 de Maio. Os Mamelucos dirigidos por Khalil, sucessor de Qalawun, entram em São João de Acre. A cidadela ocupada pelos Templários resiste até ao dia 28.
1291, Verão. Evacuação das outras praças-fortes da Palestina. Chipre, último território franco no Oriente mediterrânico, será governada pela dinastia dos Lusignan até 1489.
1294. Bonifácio VIII (1294-1303), cardeal Gaetani, é eleito Papa. Um céptico em questões religiosas, mas que acreditava em amuletos e em magia, é considerado o último Papa da Idade Média. Foi o último pontífice a proclamar a autoridade universal do Papado, como tinha sido defendida por Gregório VII e mantida por Inocêncio III. Mas, de facto, o seu principal objectivo foi o engrandecimento da família Gaetani.
1299. Os Mongóis conquistam Damasco.
1303. Os Templários abandonam o ilhéu de Rouad.
1303, Setembro 8. «O Dia Terrível em Anagni»: Dois enviados do rei de França Filipe IV, o Belo, entram nos aposentos do Papa, ameaçam-no matar, tentando conseguir a sua resignação pública, e prendem-no com intenção de o levar para França, mas são impedidos devido à reacção pública. Bonifácio morrerá pouco tempo depois.
1307,13 de Outubro. Filipe IV, manda prender os Templários no seu reino.
1310, 15 de Agosto. Os Hospitalários são senhores de Rodes. Governarão a ilha até 1523.
1312, 22 de Março. O papa Clemente V, francês, arcebispo de Bordéus, decreta a supressão do Templo na sua bula Vox in excelso.